A implantação de um macroanel rodoviário em Bonito começa a sair do papel, embora o projeto ainda seja alvo de pressão da sociedade para que, ao mesmo tempo em que vai tirar o tráfego pesado de caminhões da área urbana e dar fim aos danos ao asfalto de ruas e avenidas, garanta a preservação do delicado ecossistema da região. O projeto já foi protocolado na Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) pelo prefeito Odilson Soares, que também vê com bons olhos estudos elaborados por setores da comunidade bonitense.
O estudo preliminar, apresentado pelo jornalista Bosco Martins, pelo consultor de Engenharia Adriano Kawata Barreto e pelo urbanista Jean Carlo Cardoso da Cruz, prevê uma rota alternativa a partir de vicinais e rotas boiadeiras, permitindo a interligação das rodovias MS-382 (de acesso à Gruta do Lago Azul e por onde passam anualmente 30 mil caminhões), MS-178 (acesso a Bodoquena, com tráfego de 28 mil caminhões/ano) e a MS-345 (acesso a Águas de Miranda e que, até 2021, vai viabilizar um trajeto pavimentado mais curto até Campo Grande).
“Trata-se de um projeto alinhado também à questão ambiental, já que essas estradas municipais e rotas boiadeiras já são conhecidas e interligam diferentes comunidades rurais. Com o devido tratamento, permitirão a retirada dos caminhões de dentro de Bonito sem que isso agrida o nosso riquíssimo meio ambiente”, defendeu Bosco.
Uma primeira etapa do projeto, em extensão de 11 quilômetros, encontra-se em fase de aprovação, partindo da MS-345 a partir da “Estrada do Queijinho” –usada por produtores de leite–, passando por trás do aterro sanitário e chegando à região do Clube do Laço, próximo à futura sede do Corpo de Bombeiros, na saída para Jardim.
O traçado planejado pelo trio ainda inclui 13 quilômetros de traçados, da MS-345 à MS-178, em um trecho de 8 km que dependeria de uma travessia sobre um pequeno córrego, e outros 5 km de rotas de servidão chegando à MS-382, “fechando” o tráfego pelo norte de Bonito.
“Consideramos esse projeto interessante para o município, já que ele representa um desvio de 20 quilômetros do tráfego pesado de nossa área urbana e cria, ainda, possibilidade de interligação com a MS-345, que será asfaltada. Queremos acompanhar esses debates e, se for comprovada sua viabilidade, vamos trabalhar por sua implantação”, declarou o prefeito, que já esteve com o vice-governador e secretário de Estado de Infraestrutura, Murilo Zauith, para discutir o anel viário de Bonito.
O projeto em andamento, porém, envolve um traçado mais próximo da área urbana: a partir da rotatória da MS-382, na região do Posto Tatinha 3, usariam-se vicinais ladeando a cidade pelo bairros Vila Donária, Jardim Cohab, Vila América e Tarumã, até se chegar à MS-178. Este trecho gera controvérsia porque ladearia a área urbana da cidade, “e em pouco tempo poderemos voltar a ter o mesmo problema”, pontuou Bosco.
A sociedade bonitense vem se mobilizando para, por meio de pressão popular, solicitar revisões nos projetos a fim de permitir mudanças no traçado apresentado, levando a discussão ao Conselho Municipal de Turismo. O argumento é que o serviço defendido pela prefeitura até aqui envolve, basicamente, a reconformação, cascalhamento e patrolamento das vias, exatamente as mesmas ações que seriam realizadas no outro projeto em avaliação.
Obras garantidas
O debate para revisão do projeto vai ao encontro de compromissos já assumidos pelo vice-governador Murilo Zauith, bem como com obras já anunciadas pelo governador Reinaldo Azambuja.
Entre elas, estão a pavimentação da Rodovia do Turismo, a retomada da pavimentação da rodovia de acesso à Gruta do Lago Azul, a drenagem da rua Voluntários da Pátria (na Vila América), a construção da ponte do Bajuca e a correção do pavimento na rodovia que liga a Guia Lopes e Jardim.
“O vice-governador também antecipou a retomada das obras de pavimentação na MS-345, entre Bonito e Águas de Miranda, paralisada desde 2017 e que já foi alvo de anúncio por vários ex-governadores. A rodovia liga a região a Aquidauana e Anastácio e, dali, a Campo Grande, encurtando distâncias. A previsão é de que o empreendimento será retomado e terminado até 2021”, explicou Bosco.
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Confira mais detalhes do projeto clicando abaixo:
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