Quarta, 27 de Novembro de 2024
23°C 39°C
Jardim, MS
Publicidade

Brasil deixa o Mundial de Ginástica com boas perspectivas para Tóquio

14/10/2019 às 08h44
Por: Tribuna Popular
Compartilhe:
 -
-


Não foi o Mundial de ginástica artística dos sonhos. Longe disso. Mas o Brasil conseguiu deixar Stuttgart sorrindo, afinal fazia tempo que a delegação verde-amarela não voltava para casa com um ouro na bagagem. Seis anos para ser exato. A medalha de Arthur Nory pesou muito a favor do Brasil no cenário internacional da modalidade a caminho da Olimpíada de Tóquio. Ajudou a mostrar que o país tem um leque de possibilidades para se manter no pódio olímpico, compensando parte da frustração de não ter a equipe feminina classificada para 2020.






O Mundial do ano pré-olímpico é visto sempre como uma prévia dos Jogos. É quando se consolidam os principais candidatos ao pódio. Além do ouro do Nory na barra fixa, o Brasil conseguiu mais cinco finais em Stuttgart. O número é menor do que as oito decisões do Mundial de Doha 2018, quando tanto a equipe masculina como a feminina avançaram. Por outro lado, é o mesmo do Mundial pré-olímpico de Glasgow, em 2015, quando o Brasil acabou sem medalhas.





- Naquele campeonato mundial pré-olímpico, a gente saiu sem nenhuma medalha, antes dos Jogos do Rio, e conquistamos três medalhas. Ter um resultado como esse mostra que estamos em um trabalho na direção correta. É possível sempre fazer mais. Conquistamos aqui grandes objetivos e precisamos seguir para ter mais conquistas - analisa Henrique Motta, coordenador geral da Confederação Brasileira de Ginástica.






As possibilidades de pódio





É ser muito otimista projetar para Tóquio 2020 o mesmo número de medalhas que o Brasil conquistou na Rio 2016, quando competiu em casa - e isso pesa em uma modalidade subjetiva como a ginástica. O Mundial de Stuttgart mostrou que três pódios não é a realidade atual do país, embora o leque de possibilidades não esteja mais restrito às argolas de Arthur Zanetti. Quinto colocado na Alemanha a menos de um décimo do pódio, o campeão olímpico de 2012 continua sendo uma aposta para o Brasil, mas não a única.









Arthur Zanetti ficou a menos de um décimo do pódio em Stuttgart — Foto: Ricardo Bufolin/ Panamerica Presa/ CBG

Arthur Zanetti ficou a menos de um décimo do pódio em Stuttgart — Foto: Ricardo Bufolin/ Panamerica Presa/ CBG






Arthur Nory, claro, se destaca entre os ginastas que hoje figuram com boas chances de pódio. Em Stuttgart, ele lidou muito bem com a pressão de ser favorito na barra fixa, um status que alcançou unindo acrobacias difíceis e uma execução a cada apresentação mais limpa. Os 14,900 pontos da final o colocam no Top 5 da temporada - e olha que os árbitros são mais exigentes em decisão de Mundial. E o ginasta tem espaço para crescer. Nory já trabalha uma série de maior nota de partida para continuar entre os favoritos na barra fixa.





Flávia Saraiva também fez um grande Mundial, alcançando três finais individuais, igualando o recorde de Jade Barbosa do Mundial de 2007, também em Stuttgart. Em 10 apresentações, Flavinha só cometeu um erro grave, a queda na final da trave que lhe tirou da briga pelo pódio e a jogou para a sexta posição. Uma consistência que há tempos a ginasta não apresentava. Ficou a um décimo do pódio do solo e a sete décimos no individual geral. Flavinha cresceu.








Flávia Saraiva foi a quarta colocada no solo do Mundial de Stuttgart — Foto: Ricardo Bufolin/Panamerica Press/CBG

Flávia Saraiva foi a quarta colocada no solo do Mundial de Stuttgart — Foto: Ricardo Bufolin/Panamerica Press/CBG






Recuperado de uma lesão no pé, Caio Souza, que pela terceira vez seguida chegou à final do individual geral, pretende voltar a treinar dois saltos para tentar uma final no aparelho como em 2018. No ano passado, ele apresentou uma tripla pirueta e um Dragulescu (duplo mortal grupado com meia volta), dois saltos de valor 5,6 de dificuldade, exatamente o mesmo dos três medalhistas do salto de Stuttgart. Francisco Barretto, com três ouros no Pan de Lima, também não pode ser descartado de mais uma final olímpica da barra fixa - foi quinto na Rio 2016.






O alerta





Ter muitas possibilidades de finais é o principal caminho para chegar ao pódio. No masculino, novamente a equipe do Brasil deve ser composta integralmente por ginastas com chances de avançar à final - na Rio 2016 todos pegaram finais individuais, além da final por equipes. No feminino, porém, o Brasil hoje depende exclusivamente de Flávia Saraiva. Não apenas por ela ser a única no momento classificada, mas por ser a única que apresentou nível técnico para ser finalista olímpica.





Em plena forma, Rebeca Andrade com certeza engrossa a lista de candidatas ao pódio do Brasil. Embora sua recuperação da cirurgia no joelho direito esteja progredindo muito bem segundo os médicos da CBG e do Comitê Olímpico do Brasil (COB), é precipitado contar Rebeca como uma potencial medalhista até que ela volte a competir em alto nível. Ela ainda vai tentar a vaga olímpica em 2020, tendo o Campeonato Pan-Americano como sua maior chance.








Em recuperação de cirurgia no joelho, Rebeca Andrade esteve apenas na arquibancada em Stuttgart — Foto: RICARDO BUFOLIN / PANAMERICA PRESS / CBG

Em recuperação de cirurgia no joelho, Rebeca Andrade esteve apenas na arquibancada em Stuttgart — Foto: RICARDO BUFOLIN / PANAMERICA PRESS / CBG






Ainda que Rebeca recupere a boa forma e se junte a Flavinha como candidata ao pódio em Tóquio 2020, é pouco ter apenas duas ginastas com esse potencial. É um investimento de risco, que pode dar muito certo ou muito errado. Basta ver a disputa por equipes femininas deste ano. O Brasil concentrou recursos em um grupo pequeno de ginastas e chegou a ter sucesso, venceu até a atual vice-campeã mundial Rússia em um torneio amistoso do primeiro semestre. Só que sofreu com um número elevado de lesões e acabou contando com apenas três ginastas fisicamente inteiras na Alemanha. Não foi o suficiente para classificar o time para a Olimpíada, quebrando uma sequência de quatro participações.






O bom desempenho individual de Flavinha em Stuttgart anima para Tóquio, mas não apaga a frustração de ter a equipe fora da Olimpíada, não diminui a necessidade de repensar a estrutura da ginástica feminina. Só assim o leque de brasileiros com potencial para medalhas vai continuar crescendo.


*Globo Esporte





* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Jardim, MS
33°
Tempo nublado

Mín. 23° Máx. 39°

33° Sensação
2.26km/h Vento
34% Umidade
0% (0mm) Chance de chuva
05h53 Nascer do sol
07h11 Pôr do sol
Qui 38° 24°
Sex 39° 23°
Sáb 40° 22°
Dom 38° 22°
Seg 36° 22°
Atualizado às 19h05
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,94 +0,00%
Euro
R$ 6,28 0,00%
Peso Argentino
R$ 0,01 -0,11%
Bitcoin
R$ 606,468,55 -0,11%
Ibovespa
127,668,61 pts -1.73%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade