De volta ao cargo de vice-presidente do Santos, Orlando Rollo determinou a destituição de quatro membros do Comitê de Gestão do Santos e os substituiu por conselheiros de sua confiança.
O presidente José Carlos Peres não reconhece as mudanças e já enviou um ofício ao presidente do Conselho Deliberativo do clube, Marcelo Teixeira, pedindo que as medidas tomadas por Rollo sejam desconsideradas (veja abaixo).
Ofício de José Carlos Peres ao Conselho do Santos — Foto: Reprodução
Em documento protocolado no Conselho Deliberativo na manhã desta segunda-feira, Rollo ordenou a saída de Pedro Henrique Dória, Anilton Peirão, José Bruno Carbone e Paulo Roberto de Souza Silva, substituídos por Luiz Fernando de Oliveira Almeida Cardoso, Mário André Badures Gomes Martins, Mariza Brigido Mendes e Orlando Lopes Parra.
Rollo, que estava afastado e voltou ao cargo nesta segunda, assina o documento como Presidente em Exercício – o presidente José Carlos Peres, com quem ele é rachado, está suspenso pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por 15 dias por fazer críticas à arbitragem.
Peres entende que a decisão do STJD não afeta suas ações no âmbito administrativo, apenas na relação com entidades desportivas – e, por isso, o ato de Rollo seria ilegal. O vice, por outro lado, acredita ter poderes de presidente ao ocupar o cargo temporariamente.
O presidente do Conselho Deliberativo do Santos, Marcelo Teixeira, disse ao GloboEsporte.com que ainda não foi informado da movimentação de Rollo:
– Não tenho conhecimento. Mas acredito que não seja estatutariamente do seu direito (de Rollo) – afirmou ele.
Em contato por mensagem com a reportagem, Peres afirmou que não reconhece as mudanças:
– Sem nenhuma validade! Ele está mais uma vez equivocado. Minha suspensão pelo STJD refere-se somente a comunicação no futebol. Continuo 100% em minhas atribuições administrativas e financeiras do clube. E ele assume apenas e tão somente a posição de vice do Comitê de Gestão. Nada mais.
O vice hoje é adversário político de Peres. Ambos protagonizaram um processo de impeachment no ano passado, quando os sócios decidiram pela manutenção de Peres no poder. Em janeiro, Rollo pediu afastamento.
Documento assinado por Rollo nesta segunda em que determina trocas no Comitê de Gestão — Foto: Divulgação
Ele retornou ao posto na manhã desta segunda-feira, uma semana depois de o Conselho Deliberativo considerar irregular uma portaria assinada por Peres em setembro do ano passado em que limitava os poderes do vice.
– Ele (Rollo) não pode fazer isso. O Peres está 15 dias fora, não pode assinar algumas coisas com a CBF, mas pode tocar o clube normalmente. E não é o momento, o time está bem em campo. É uma pena. Fico triste com isso. Eu, pessoalmente, não vou tomar medida nenhuma contra isso. Estou preocupado com o Santos, não comigo – afirmou Anilton Peirão, um dos conselheiros destituídos por Rollo.
*Globo Esporte
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