Em continuidade aos esforços em prol da diversidade na Fórmula 1, a Mercedes anunciou uma parceria com a organização britânica AFBE-UK (Associação de Engenheiros Negros e de Etnias Minoritárias) com objetivo de fomentar a inserção de pessoas negras e outras minorias étnicas no time.
A iniciativa integra o projeto "Accelerate 25", lançado pela equipe no fim de 2020 visando aumentar a quantidade de funcionários racializados para 25% de sua força de trabalho total - hoje, este número gira em torno de apenas 3%.
- Como parte de nosso compromisso de melhorar a diversidade em nossa equipe e nosso esporte, buscamos organizações que podem nos fornecer conhecimento e apoio valiosos. A vasta experiência da AFBE-UK é uma combinação perfeita, pois buscamos ampliar nosso apelo e aumentar a diversidade de talentos dentro de nossa equipe - disse Paul Mills, diretor de Recursos Humanos da Mercedes.
Fundada em 2007 no Reino Unido, a AFBE-UK incentiva a participação de estudantes negros e racializados em áreas científicas e tecnológicas, além de dar apoio a mais de 1500 engenheiros no país.
A parceria com a Mercedes englobará eventos e programas de experiência de trabalho no time, além de analisar os principais obstáculos na inserção de pessoas racializadas no esporte a motor.
Funcionários da Mercedes em Imola; equipe conta com apenas 3% de colaboradores racializados, número que deseja aumentar — Foto: Mark Thompson/Getty Images
A heptacampeã de construtores tem se engajado na promoção de diversidade motivada por Lewis Hamilton, que no último ano, inspirou a própria F1 a criar a iniciativa "We Race as One" ("Corremos Como Um", em português). Em 2020, a equipe trocou o tradicional prata dos carros pelo preto em alusão à luta antirracista, mantendo-o na atual temporada.
- Estamos satisfeitos em ver que a Mercedes está empenhado em criar uma equipe que reflita o mundo em que vivemos. Uma marca de elite dedicar tempo e recursos a esse objetivo é um grande salto para a engenharia. Meninos e meninas de todas as origens podem agora ousar sonhar em fazer parte do esporte que cresceram admirando - celebrou a engenheira Mara-Tafadzwa Makoni, fundadora da organização.
Lewis Hamilton Mercedes GP da Toscana F1 — Foto: Clive Mason/Formula 1 via Getty Images
Em parceria com a Real Academia Britânica de Engenharia, Hamilton também criou em 2020 a "Comissão Hamilton", para identificar barreiras no acesso de pessoas racializadas no automobilismo e propor alternativas. O co-fundador da AFBE-UK, Nike Folayan, é um dos membros da comissão.
Inspirados por uma ação da Premier League, pilotos como Max Verstappen, Daniel Ricciardo, Lando Norris, George Russell, Nicholas Latifi, Mick Schumacher e Nikita Mazepin, além do próprio Hamilton, aderiram a um boicote de três dias nas redes sociais para forçar as plataformas a agirem contra denúncias de racismo.
- Ainda que o boicote não resolva o problema do dia para a noite, precisamos pedir mudanças quando necessárias. O esporte tem o poder de nos unir. Não podemos aceitar abuso como parte do esporte. Em vez disso, vamos ser aqueles que fazem a diferença para as futuras gerações - escreveu o piloto da Mercedes.
Arte de infos e horários do GP de Portugal — Foto: Infoesporte
Também estamos muito satisfeitos por trabalhar com a Dra. Nike Folayan [co-fundadora do AFBE-UK] em seu papel como presidente do AFBE-UK e como membro do conselho de comissários da Comissão de Hamilton, o projeto de pesquisa criado por nosso motorista Lewis Hamilton para identificar as principais barreiras ao recrutamento e progressão de negros no automobilismo do Reino Unido e fornecer recomendações viáveis ??para superá-las.
*Globo Esporte
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