De volta ao Mundial dezesseis anos depois, Senegal acrescentou capítulo semelhante a sua história. Se em 2002 vencera a França, então campeã do mundo (1 a 0), agora na Rússia superou outra cabeça de chave: 2 a 1 na Polônia, oitava colocada no ranking da Fifa e até então favorita no Grupo H da Copa do Mundo da Rússia. A Colômbia, também badalada, também sucumbiu em derrota para o Japão por 2 a 1. Os dois feitos dos africanos têm um personagem em comum: hoje treinador, Aliou Cissé era o capitão do time que chegou às quartas de final no torneio disputado na Coreia do Sul e no Japão.
Quando os poloneses ameaçaram pela primeira vez o gol de N’Diaye, aos vinte minutos do primeiro tempo, Senegal já havia contabilizado quatro investidas perigosas. E incomodaram apenas mais uma vez, em chute para fora de Lewandowski. No duelo milionário entre o atacante do Bayern de Munique, da Alemanha (avaliado em noventa milhões de euros) e o zagueiro Koulibaly, do italiano Napoli (sessenta milhões), o senegalês levou a melhor.
Aos 38, o meio de campo dos Leões da Teranga, atuando em disciplinada linha de quatro jogadores, avançou rumo ao primeiro gol. Mané tocou para o volante Gueye, livre na entrada da área, que teve seu chute rasteiro desviado por Thiago Cionek. Na súmula, gol contra para o zagueiro brasileiro de 32 anos, nascido em Curitiba e neto de poloneses.
Se na véspera do confronto Lewandowski prometeu lutar para igualar o feito de Grzegorz Lato (goleador do Mundial de 1974 com sete gols), sua melhor tentativa se resumiu à cobrança de falta defendida por N’Diaye, aos cinco do segundo tempo. Dez minutos depois, o centroavante do outro lado foi eficiente: em velocidade, Niang aproveitou recuo equivocado Krychowiak e tocou para o gol vazio. O camisa 10 das Águias Polacas teve uma pequena redenção 41, ao diminuir a diferença em cabeceio — o saldo de gols pode ser precioso neste Grupo H que teve os favoritos perdendo na estreia.
Senegal e Japão disputam a liderança da chave no próximo domingo, 24 de junho, ao meio-dia. Mais tarde, às 15h, Polônia e Colômbia jogam pela sobrevivência no Mundial.
Ponto alto
Craque e capitão senegalês, Sadio Mané tem em sua seleção uma função diferente da que executa no Liverpool, da Inglaterra. Atuou pelo mesmo lado esquerdo, mas como articulador no meio, não buscando a linha de fundo. O estilo solidário funcionou.
Ponto baixo
Entre os favoritos a ser artilheiro do Mundial (é dono da maior marca em Eliminatórias, com dezesseis gols), o centroavante Robert Lewandowski praticamente não tocou na bola. Muito pela incompetência dos colegas que deveriam assisti-lo.
Ficha do jogo
Polônia 1 x 2 Senegal
Local: estádio Spartak, em Moscou. Árbitro: Nawaf Shukralla (BHR). Público: 44.190. Gol: Thiago Cionek (contra), aos 38 do primeiro tempo; Niang, aos 15, Krychowiak, aos 41 do segundo tempo.
Polônia: Szczesny; Piszczek (Bereszynski), Thiago Cionek, Pazdan e Rybus; Zielinski e Krychowiak; Blaszczykowski (Bednarek), Milik (Kownacki) e Grosicki; Lewandowski. Técnico: Adam Nawalka.
Senegal: N’Diaye; Wagué, Koulibaly, Salif Sané e Sabaly; Alfred N’Diaye (Kouyaté), Gueye, Diouf (N’Doye) e Mané; Niang (Konaté) e Sarr. Técnico: Aliou Cissé.
*Placar
Mín. 23° Máx. 39°