Passava dos 45 minutos do segundo tempo em Kazan. O placar zerado contra a esforçada Coreia do Sul já não colocava a Alemanha nas oitavas da Copa do Mundo da Rússia — porque a Suécia chegava a seis pontos na vitória por 3 a 0 sobre o México. Mas foi ainda pior: além de não conseguirem incomodar o goleiro Jo Hyeon-Woo, os alemães contabilizaram seu fracasso no plural. Não foram sete — e nenhum vexame germânico vai apagar seu feito de quatro anos antes —, mas foi o suficiente para os sul-coreanos fazerem história.
Ao final da partida, eram os asiáticos (previamente desclassificados) os desabados em campo. Entre os germânicos, pouco choro, resignados porque foram apáticos em todos os três jogos desse Mundial. Já os eufóricos (ou incrédulos?) sul-coreanos comemoraram sua Copa particular. Venceram e eliminaram os atuais campeões do mundo. Uma vitória improvável em qualquer prognóstico teve mesmo suas excentricidades: dois gols tardios, um com a acertada intervenção do árbitro assistente de vídeo (VAR, na sigla em inglês), outro ao estilo de futsal, quando o goleiro-linha (Neuer) atacou no desespero e deixou a meta livre.
A Alemanha se despede da Rússia com a imagem dos minutos finais: uma bagunça em campo, um time que não encontrou sua formação ideal. Joachim Löw ousou deixar Thomas Müller na reserva, apostou no contestado Özil e demorou a colocar Mario Gómez a tentar alguma coisa na área. E bastava vencer por 1 a 0, porque o México quase conseguiu a façanha de ser desclassificado com seis pontos.
A fragilidade alemã em campo não está na conta de seu organizado planejamento, há duas décadas rendendo resultados. Alguma coisa aconteceu de mais íntimo. Panelinhas desmentidas e até tensões políticas envolvendo a ascendência de alguns jogadores. Enquanto os alemães caçam suas bruxas, suecos e mexicanos seguem.
Ponto alto
Comemoração de gol depois da confirmação do VAR prometia ser um anticlímax, mas a Coreia do Sul desmentiu essa previsão.
Ponto baixo
Não bastasse a chuva de críticas por posar em foto com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, o meia Özil foi o símbolo da apatia alemã em campo.
Nas oitavas
O México joga contra o líder do Grupo E na segunda-feira, 2 de julho, às 11h, em Samara. No dia seguinte, a Suécia encara o líder da mesma chave, às 11h, em São Petersburgo.
Fichas dos jogos
Coreia do Sul 2 x 0 Alemanha
Local: Arena Kazan. Árbitro: Mark Geiger (EUA). Público: 41.835. Gols: Kim Young-Gwon, aos 48, Son Heung-Min, aos 51 do segundo tempo.
Coreia do Sul: Jo Hyeon-Woo; Lee Yong, Kim Young-Gwon, Kim Young-Gwon e Hong Chul; Jang Hyun-Soo, Jung Woo-Young, Moon Seon-Min (Ju Se-Jong) e Lee Jae-Sung; Koo Ja-Cheol e (Hwang Hee-Chan) e Son Heung-Min. Técnico: Shin Tae-Yong.
Alemanha: Neuer; Kimmich, Süle, Hummels e Hector (Brandt); Khedira (Mario Gómez) e Toni Kroos; Goretzka (Müller), Özil e Reus; Werner. Técnico: Joachin Löw.
México 0 x 3 Suécia
Local: Arena Ecaterimburgo. Árbitro: Nestor Pintana (ARG). Público: 33.061. Gols: Augustinsson, aos 5, Granqvist, aos 17, Edson Álvarez (contra), aos 29 do segundo tempo.
México: Ochoa; Edson Álvarez, Moreno, Salcedo e Gallardo (Fabián); Héctor Herrera e Guardado (Jesús Corona); Layún (Peralta), Vela e Lozano; Chicharito Hernández. Técnico: Juan Carlos Osorio.
Suécia: Olsen; Lustig, Londelöf, Granqvist e Augustinsson; Larsson (Svensson), Ekdal (Hiljemark), Claesson e Forsberg; Toivonen e Berg (Thelin). Técnico: Janne Andersson.
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