Argentina segunda colocada do Grupo D e a Alemanha eliminada do Grupo F: esses dois resultados, que contrariaram as previsões, criaram um ‘lado mais fácil’ dos jogos eliminatórios da Copa do Mundo da Rússia. O chaveamento resultou em Uruguai, França (que já tiraram Cristiano Ronaldo e Messi, respectivamente), Brasil e Bélgica no ‘lado forte’. Do outro, apenas a Espanha entre os que chegaram à competição com status de favoritos. Com a Fúria fora (superada pelos anfitriões), sobrou uma turma de azarões no caminho até a final. Um deles, agora assumindo o papel de finalista em potencial: a Croácia. Mas não foi nada fácil.
A Dinamarca foi melhor em campo. Não se limitou a defender (bem), mas incomodou muito a Croácia com seu trio de atacantes. Os croatas tiveram dificuldades para criar jogadas, mas também chegaram. Foi, aliás, uma partida muito mais movimentada e divertida do que a enfadonha disputa entre Rússia e Espanha, que também foi definida nos pênaltis. Em quatro minutos, já haviam acontecido os gols do empate em 1 a 1, mas a ausência de outros não significou falta de emoção. E de reviravoltas.
Os axadrezados evitariam a disputa de pênaltis, não fosse Kasper Schmeichel, que defendeu o tiro livre de Modric aos onze minutos do segundo tempo da prorrogação! Sangue frio igual ao do pai, Peter Schmeichel, vibrando nas arquibancadas. O goleiro do Leicester, da Inglaterra, não gosta das comparações, tem brilho próprio e por pouco não igualou o feito do pai, que levou a Dinamarca às quartas em 1998. Fez sua parte depois, pegando mais duas cobranças, mas o colega de posição, Subasic, espalmou três.
Se teve dificuldades contra a Dinamarca, que se propôs atacar também, imagina-se que a Croácia sofrerá contra a linha de cinco defensores russos, na próxima fase. Será a oportunidade de afirmação de uma seleção que tem um caminho aparentemente mais fácil rumo a uma inédita final — apenas com Colômbia ou Inglaterra, em evolução, como obstáculo.
Ponto alto
Kasper Schmeichel mostrou uma autoconfiança impressionante. Sai da Rússia maior do que chegou e pode, finalmente, se desprender da sombra famosa do pai.
Ponto baixo
Apesar de ser um recurso legítimo, a cobrança de lateral na área (que originou o gol dinamarquês) cansa pela insistência, a ponto de o canhoto Knudsen atravessar o campo para cobrar pelo lado direito. Foi muito vaiado por isso.
Nas quartas
A Croácia encara a retranca russa no sábado, 7 de julho, às 15h, em Sochi.
Ficha do jogo
Croácia (3) 1 x 1 (2) Dinamarca
Local: estádio de Nijni Novgorod. Árbitro: Néstor Pitana (ARG). Público: 40.851. Gols: Mathias Jorgensen, aos 2, Mandzukic, aos 4 do primeiro tempo. Disputa de pênaltis: converteram Kramaric, Modric, Rakitic (CRO), Kjaer, Drohn-Dehli (DIN).
Croácia: Subasic; Vrsaljko, Lovren, Vida e Strinic (Pivaric); Brozovic (Kovacic); Rebic, Rakitic, Modric e Perisic (Kramaric); Mandzukic (Badelj). Técnico: Dalic Zlatko.
Dinamarca: Schmeichel; Dalsgaard, Kjaer, Mathias Jorgensen e Knudsen; Christensen (Schöne), Delaney (Krohn-Dehli) e Braithwaite (Sisto); Yurary Poulsen, Eriksen e Cornelius (Jorgensen). Técnico: Age Hareide.
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