Mesmo após uma série de fiscalizações da Agência Municipal de Habitação (Emha) para regularizar e retomar imóveis ocupados irregularmente ou com inadimplência, os moradores do Jardim Paulo Coelho Machado continuam a comercializar as casas. A venda ou negociação antes da quitação do imóvel são ilegais, e quem vende, compra ou repassa o bem fica excluído dos programas habitacionais públicos.
Mas as possíveis penalidades não intimidam. Os anúncios de venda são expostos em placas e até pintados nos muros, e quem negocia não esconde a intenção, apesar das possíveis punições. Na Rua Lourezo Torres Cintas, uma das principais do bairro, os moradores dizem que a maioria das pessoas que vivem na região adquiriu as casas – entregues em 2003 – de forma irregular.
“Meu filho comprou a casa há 13 anos e já foi o quinto proprietário. Na época, pagamos R$ 3,7 mil pelo ‘direito’, é como o pessoal chama a negociação por aqui. Mas continuamos a pagar as prestações. Hoje está quitada, é nossa. Mas quando compramos não tinha garantia nenhuma. Todo mundo faz isso, a maioria das pessoas que mora não foi sorteada”, diz a moradora Matilde Ayala, 74 anos.
Na mesma rua, a placa de “vende-se” em uma das casas mostra que as negociações continuam desde a inauguração do residencial, há 15 anos.
*Correio do Estado
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