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Operação expõe policiais como facilitadores do contrabando

22/09/2018 às 10h43
Por: Tribuna Popular
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Uma sofisticada rede de escoamento de cigarros contrabandeados do Paraguai pela fronteira do Mato Grosso do Sul, que se estruturava em dois pilares: um sistema logístico de características empresariais, com a participação de centenas de pessoas exercendo funções de “gerentes”, batedores, olheiros e motoristas e, ainda, a corrupção de policiais militares, civis e rodoviários federais.

A operação da Polícia Federal, deflagrada neste sábado (22) em Mato Grosso do Sul e mais quatro estados, expões, mais uma vez, a corrupção policial como maior facilitadora ao contrabando no Estado.

A situação não é novidade, já que no iníico deste ano, mais de 35 policiais foram presos em Mato Grosso do Sul, por envolvimento em crimes. A maioria é da Polícia Militar, que em maio foi principal alvo da Oiketikus - operação que investiga policiais suspeitos de cobrar propina para facilitar o trânsito de contrabanditas em rodovias estaduais e municípios.

Neste caso, o esquema também era bastante rentável e fez com que o patrimônio de muitos dos investigados mais que triplicasse nos últimos anos. De defensores da ordem pública a suspeitos de crime organizado, alguns policiais recebiam, em média, R$ 30 mil por mês pela participação no esquema.

Já em junho, o subtenente da Polícia Militar Silvio César Molina Azevedo foi preso, apontado pela Polícia Federal como chefe de uma quadrilha de traficantes de drogas, que atuava em cinco estados do Brasil.

O esquema tinha núcleo em Mundo Novo, município onde o policial era lotado, e só levantou suspeitas, porque a família dele, envolvida nos crimes, ostentava vida luxuosa na cidade, que tem pouco mais de 18 mil habitantes. “Era uma organização criminosa, com traços de máfia e fortes vínculos com uma das maiores facções criminosas do Brasil, que é o PCC [ Primerio Comando da Capital]”, disse delegado Luciano Flores Lima.

Além do policial, esposa e filhos dele costumam circular pela cidade em carros de luxo, alguns avaliados em R$ 500 mil, além de fazer viagens de luxo. A polícia, então, fez um cruzamento de informações com a Receita Federal e descobriu que a quadrilha usava empresas de fachadas, além de “laranjas”, para lavar o dinheiro.

Com trajetória de mais de 20 anos na Polícia Militar, sem nunca antes ter sofrido reclamações de superiores ou mesmo detenção por qualquer motivo que seja .

Na operação de hoje, a PF estima que, em 2017, participantes de uma quadrilha envolvendo policiais de MS tenham sido responsáveis pelo encaminhamento de, ao menos, 1.200 carretas carregadas com cigarros contrabandeados às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Os valores em mercadorias contrabandeadas atingem cifras superiores a R$ 1,5 bilhão.

Cerca de 280 policiais federais de diversos estados cumprem 35 mandados de prisão preventiva, oito mandados de prisão temporária,  12 suspensões de exercício de atividade policial e 43 mandados de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Alagoas.

Entre os presos, além dos líderes e dos “gerentes” da organização criminosa, encontram-se servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Militar e da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

POLÍCIA CORRUPTA
Na época da operação da Operação Oiketikus, a Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul iniciou o processo administrativo interno para avaliar a conduta para posterior expulsão dos 21 integrantes da corporação presos.

Em nota, também em maio, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que todos os presos que ocupavam posições de comando foram afastados e substituídos, e que os fatos atribuídos aos militares são objeto de procedimento em andamento na Corregedoria da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Federal, de acordo com a competência de cada órgão.

A secretaria informou ainda que, concluídos os procedimentos, os processos devem ser enviados ao MPE, Auditoria Militar Estadual e Ministério Público Federal.

*Correio do Estado

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