A candidata ao Senado Federal, Soraya Thronicke (PSL) registrou boletim de ocorrência na última quinta-feira (27) após ser supostamente ameaçada pelo presidente estadual do partido, o pecuarista Rodolfo Oliveira Nogueira.
De acordo com o registro realizado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário Centro (Depac), em Campo Grande, no dia 29 de agosto, a candidata alegou ter procurado Rodolfo para comunicar que seu adversário, Dorival Betini candidato ao Senado pelo PMB, teria impresso em uma gráfica da cidade, adesivos se vinculando ao candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo Soraya, isso prejudicou sua campanha, já que ela é do partido do candidato a presidente e não Betini. Conforme o registro policial, apesar de ter sido comunicado sobre o assunto, Rodolfo não teria tomado nenhuma atitude.
Dois dias depois, em 31 de agosto, a candidata soube que o PSDB mandou confeccionar “centenas de milhares” de santinhos com os candidatos do PSL. Porém, no verso do material impresso, constavam os nomes dos candidatos ao Senado do PSDB, de Marcelo Miglioli e Nelsinho Trad (PTB). O PSL estadual é coligado ao PSDB.
Esse fato novamente prejudicou a campanha da candidata, sendo que ela cobrou insistentemente para que Rodolfo tomasse medidas judiciais para sanar os prejuízos, mas ela foi ignorada pelo presidente estadual, de acordo com as palavras dela.
Conforme o registro policial, a candidata disse que Rodolfo não explicou as razões pelas quais “embaixo de suas barbas” foi entregue material de propaganda aos candidatos do PSL com a imagem dos adversários ao Senado. Com isso, a vítima comunicou o fato ao presidente nacional, Gustavo Bebiano Rocha, sendo atendida por ele.
No dia 1º de setembro, sabendo que Soraya procurou a direção nacional, Rodolfo supostamente ligou para a candidata e a ameaçou diversas vezes. Segundo o boletim de ocorrência, Soraya alegou que as palavras usadas por ele, foram as seguintes: “Eu vou te avisar, nunca mais passe por cima de mim. Escute bem: na próxima que você passar por cima de mim, eu acabo com você. Você não sabe do que sou capaz. Eu vou acabar com você, eu vou arrebentar você”.
A reportagem do Correio do Estado ligou para o presidente estadual, mas ele desligou a ligação logo após saber o que se tratava.
Soraya divulgou uma nota oficial sobre o caso. Ela afirma ter protocolado na sede do PSL em Brasília processo administrativo disciplinar requerendo a rigorosa apuração dos fatos; a concessão do direito de defesa de Rodolfo; a intervenção da Executiva Nacional do partido no diretório estadual; e a expulsão do Rodolfo o partido, por graves atos atentatórios à Lei e às disposições estatutárias.
Ainda segundo a nota, a candidata alega que a atitude do presidente estadual não representa os ideais e as atitudes de Bolsonaro. Soraya disse ainda que pela primeira vez, "senti na pele o medo que as esposas, mães, filhas e demais mulheres em situação de risco – que há anos atendo em meu escritório de advocacia – vivenciam num país cada vez mais violento".
*Correio do Estado
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