O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira que planeja assinar um decreto para acabar com a concessão da cidadania americana a filhos de imigrantes ilegais nascidos no país. O objetivo é acabar com a brecha legal que protege imigrantes, mesmo os irregulares, da deportação.
A ideia foi anunciada por Trump em uma entrevista ao programa Axios on HBO,exibida nesta terça-feira. Segundo o presidente, sua intenção é aprovar a mudança na lei americana com uma ordem executiva.
“Nós somos o único país do mundo onde uma pessoa chega, tem um bebê e essa criança é, essencialmente, uma cidadã dos Estados Unidos da América durante 85 anos com todos os benefícios”, afirmou ele. “É ridículo. E tem que acabar”, completou.
“Sempre me disseram que seria necessária uma revisão constitucional. Adivinhem? Não é (preciso)”, afirmou, acrescentando que pode realizar a medida como ordem executiva, o equivalente a decreto presidencial no Brasil.
Ao contrário do que afirmou Trump, muitos outros países têm uma política de cidadania por nascimento, como o Brasil, o Canadá e outras nações das Américas.
Nos Estados Unidos, a 14ª emenda da Carta Magna estabelece que “todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos, e sujeitas, portanto, à sua jurisdição, são cidadãos dos EUA e do Estado no qual residem”.
Durante a campanha eleitoral de 2016, Trump já havia explorado a ideia de acabar com o benefício. O plano estaria dirigido aos filhos e filhas de imigrantes em situação ilegal no país e não seria aplicado a pessoas com permissão de residência.
Especialistas, contudo, consideram que a medida enfrentaria obstáculos e desencadearia uma longa batalha judicial, já que a política está explícita em emenda da Constituição. A mudança poderia desencadear uma luta legal na Suprema Corte acerca da autoridade de Trump para emitir ordens executivas num âmbito tão amplo.
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