A disputa pela presidência da Assembleia Legislativa uniu tradicionais rivais e dividiu aliados. O PSDB, no atual cenário, não contará com apoio de todos os 16 deputados eleitos pelos partidos da coligação do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Com esse racha, três grupos estão se formando para brigar pela presidência do Legislativo.
O pré-candidato do PSDB, deputado Paulo Corrêa, um dos mais antigos da Assembleia, está articulando apoio para a sucessão do atual presidente, Junior Mochi (MDB). Ele disputa a indicação dentro do partido com outro veterano, Onevan de Matos.
Corrêa se movimenta para ampliar a sua base de apoio, mas ainda não é unânime na bancada do seu partido. Mesmo diante dos entraves, ele não deixa de ser o principal personagem do partido para concorrer à presidência do Legislativo.
A última reunião mostrou o PSDB rachado. O deputado Rinaldo Modesto sinalizou interesse em apoiar a pré-candidatura de Corrêa. Mas Felipe Orro deu dica de que ficaria com Onevan. O voto decisivo será de Marçal Filho, estreante na Assembleia. Ele não decidiu ainda qual dos dois nomes apoiará para concorrer à presidência do Legislativo.
Mas ninguém esperava a atitude do deputado eleito Coronel David (PSL) de participar de articulação com outros partidos. Aliado do governador, ele decidiu entrar na disputa pelo comando do Poder Legislativo, por não se sentir comprometido com o PSDB na Assembleia só porque o seu partido compôs a coligação na campanha eleitoral. “Vou apoiar o governador na Casa, mas faço parte do grupo de mais cinco deputados para disputar o cargo [presidência]”, afirmou David.
Coronel está integrando o grupo em formação com Herculano Borges e Lucas de Lima (do Solidariedade), Gerson Claro e Evander Vendramini (PP) e João Henrique (PR). Esse último participou da coligação do MDB e os demais apoiaram a reeleição de Azambuja. Eles foram rivais na campanha eleitoral e hoje articulam aliança para a sucessão da Mesa da Assembleia Legislativa.
Em outro bloco estão os partidos que apoiaram candidatos rivais na sucessão estadual. Os deputados do MDB, Márcio Fernandes, Renato Câmara e Eduardo Rocha, tinham o atual presidente da Assembleia, Junior Mochi, como candidato a governador. E no segundo turno o partido se aliou ao juiz federal Odilon de Oliveira (PDT). A exceção foi de Rocha, que defendeu a reeleição de Azambuja no segundo turno. E na Assembleia deixaram as diferenças de lado para somar forças com adversários em defesa de interesse comum.
É o caso da união do PT com tradicional rival MDB. Márcio Fernandes afirmou estarem avançadas as negociações com os petistas Pedro Kemp e Cabo Almi. A curiosidade nessa articulação é os petistas terem sido adversários do MDB e do PSDB na sucessão estadual. E nesse grupo está o deputado Lídio Lopes (Patriotas), que apoiou a reeleição do governador Reinaldo Azambuja.
Nesse bloco, portanto, estão três correntes que defenderam três candidatos diferentes para governador do Estado. Mas estão unidos em torno de objetivo comum na eleição da Mesa Diretora do Legislativo.
Kemp confirmou o avanço das negociações com o MDB para formação do bloco. “Tem muita articulação ainda”, afirmou o petista. Mas o seu colega, Cabo Almi, deu certeza do acordo com o MDB para a eleição da Mesa da Assembleia. “Que vamos fazer parte do bloco, nós vamos. Isso tá certo, mas não conversamos sobre cargos ainda”, explicou.
*Correio do Estado
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