O Mundial de Clubes começará na próxima quarta-feira com uma particularidade e tanto. Nos Emirados Árabes desde o início do mês, o Team Wellington, da Nova Zelândia, duelará com o anfitrião Al Ain por uma vaga nas quartas de final contra Espérance de Tunis. Até aí tudo bem, não fosse pelo fato de que o time da Oceania é amador, e boa parte do elenco se divide entre outros empregos. O que hoje não é um problema, mas já criou transtornos no passado.
- Na Champions, jogamos desfalcados na primeira fase. Tivemos um jogador que deveria trabalhar em seu escritório e não pôde viajar com a delegação para as Ilhas Salomão. Ele voltou a tempo de jogar as semifinais, mas foi um exemplo de contratempo – disse o treinador da equipe, o inglês José Manuel Figueira, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Ter um time formado por pintores, burocratas, comerciantes e funcionários públicos não é exatamente algo raro na Nova Zelândia, que tem sua liga formada por times amadores. Para poder jogar em alto nível, a ponto de sonhar jogar contra o Real Madrid, é preciso uma logística adequada durante a temporada, que vai de outubro a maio.
- Todos os times na Oceania são amadores. No nosso caso, treinamos à noite, quatro vezes por semana. Isso não quer dizer que não possamos nos dedicar 100% em treinos físicos. Estamos muito perto do programa de um time profissional. Nossos jogadores – completou o treinador, desde 2012 na Nova Zelândia.
Team Wellington em Abu Dhabi — Foto: Reprodução / Instagram
- Estamos animados. É um torneio de grande nível e estamos ansiosos. Poderemos nos testar fora do mundo da Oceania – completou o treinador, que estará à frente da seleção da Nova Zelândia no Mundial Sub-17, no Peru, em 2019.
Team Wellington, em campo modesto na Nova Zelândia — Foto: Reprodução / Instagram
Para conquistar o inédito título continental, o time da capital neozelandesa passou em primeiro na primeira fase, nas Ilhas Salomão, e atropelou o Lae City Dwellers, de Papua Nova Guiné por 11 a 0 nas quartas. Depois passou pelo heptacampeão Auckland City com dois empates (0 a 0 em casa e 2 a 2 fora) nas semifinais até derrotar na grande decisão o Lautoka, de Fiji, por 6 x 0 e 4 x 3.
- Dedicamos muitas horas por semana, em cada treino, em cada jogo... Por isso, é uma recompensa por todo o nosso esforço. Eu acho que nós merecemos estar no Mundial – disse o meia Mario Barcia.
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