As obras do Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira, mais conhecido como Aquário do Pantanal, devem ser concluídas até o fim deste ano, de acordo com informações do vice-governador, Murilo Zauith (DEM), também titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra).
Até agora, desde que as obras do Aquário foram retomadas, em novembro de 2018, foram gastos cerca de R$ 13 milhões dos R$ 40 milhões que eram previstos para que a estrutura fosse finalizada.
Ao todo, a intervenção vem sendo executada há quase dez anos (seu início foi em 2011) e já consumiu mais de R$ 250 milhões dos cofres do governo do Estado, ainda que a previsão inicial de investimento fosse de R$ 84.749.754,23.
De acordo com a Agência de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul), faltam ainda três processos licitatórios para serem publicados, os últimos procedimentos envolvem as partes de automação, civil e elétrica e deverão ser divulgados ainda neste mês.
Todos os serviços e obras necessários à conclusão do Aquário estão sendo realizados por meio de processos licitatórios, na modalidade de ampla concorrência.
A reportagem entrou em contato com os responsáveis pela obra e foi informada de que foram elencadas doze frentes de trabalho, das quais nove já estão licitadas.
Conforme a Agesul, a pandemia de Covid-19 ocasionou atraso na entrega de materiais e produtos necessários para a continuação dos serviços, o que gerou ainda mais atraso na conclusão da obra.
Das doze frentes de trabalho elencadas, apenas duas foram finalizadas, sendo a substituição dos vidros e a cobertura metálica do prédio.
LICITAÇÕES
As licitações da construção do Aquário tiveram andamento no fim do ano passado, com a contratação de duas empresas. A primeira foi a Gomes & Azevedo Ltda., que recebeu R$ 386.450,46 para substituir os vidros de alguns setores que estavam quebrados.
Já a cobertura metálica, feita pela Montagna Estruturas Metálicas, custou R$ 1.819.614,33.
A empresa Salver Construtora e Incorporadora Ltda. foi a segunda colocada na licitação para concluir o revestimento de alumínio composto (forro e monocapa), solicitando R$ 3.500.000,00 pelo serviço.
Em setembro de 2020, a empresa Bodoquena Engenharia e Comércio venceu licitação para a impermeabilização dos tanques por R$ 2.409.692.86. A etapa está prevista para ser finalizada em março deste ano.
Serão realizadas impermeabilizações em 20 tanques internos e externos, dois tanques de abastecimento, um de tratamento e outro de reúso e descarte.
No caso da cenografia dos tanques, a empresa vencedora foi a Roberto Alves Gallo; já foi dada a ordem de serviço e o valor do edital é de R$ 4.690.365,97.
Em novembro do ano passado, duas licitações foram lançadas, somando cerca de R$ 5 milhões.
A primeira, com valor de R$ 1.724.402,13, é referente à conclusão do sistema de climatização, que vai controlar a temperatura de todo o Aquário, com exceção dos tanques onde ficarão os peixes.
O processo, que foi iniciado em julho de 2020, teve a empresa Clima Teck Climatização como vencedora.
O segundo contrato corresponde à revisão e à finalização dos serviços da estrutura metálica das passarelas do trecho 8, além das passarelas de manutenção e escadas de acessos aos tanques dos peixes.
A empresa contratada foi Montagna Estruturas Metalicas Eireli, por R$ 3.373.798,73.
O próximo passo para o encaminhamento da obra será o processo de povoamento dos tanques, que está previsto para acontecer em março. Os tanques externos, hoje já impermeabilizados e com cenografia, serão os primeiros a receber os peixes.
AQUÁRIO
O Aquário do Pantanal foi criado em 2011, com o intuito de ser o maior aquário de água doce do mundo e a maior construção turística de Campo Grande. Licitada em R$ 84,7 milhões, a obra já sofreu várias alterações e os gastos ultrapassam R$ 250 milhões.
Ao todo, a obra vem sendo executada há quase 10 anos, seu lançamento foi em 23 de maio de 2011, na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB), e deveria ser entregue em 11 de outubro de 2013, no aniversário de criação de Mato Grosso do Sul.
Instalado em uma área de quase 22 mil m², no Parque das Nações Indígenas, o Centro contará com 32 tanques (24 internos e oito externos) da ictiofauna pantaneira (peixes e répteis), mais de 5,4 milhões de litros de água e um sistema de suporte à vida com condições reais do habitat.
O objetivo é fazer do espaço um centro de referência em pesquisas.
Para isso, o empreendimento também terá museu interativo, biblioteca, auditório, sala de exposição e laboratórios de pesquisa para estudantes, cientistas e pesquisadores.
Em janeiro de 2015, a obra foi interrompida por uma auditoria, quando o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) tomou posse para cumprir seu primeiro mandato.
Depois de retomada, em abril daquele ano, foi paralisada novamente em julho, quando a Polícia Federal desencadeou a Operação Lama Asfáltica, que teve como alvo os contratos da gestão Puccinelli e da empreiteira responsável pela maior parte dos serviços.
Os trabalhos de construção foram retomados em novembro de 2018, quando o governo anunciou que seriam necessários R$ 40 milhões para recuperar o que foi danificado com o tempo e concluir a construção.
*Correio do Estado
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