Um procurador federal argentino anunciou nessa quinta-feira a abertura de uma investigação sobre a participação do presidente Mauricio Macri em duas sociedades offshore, uma delas revelada na investigação mundial denominada Panama Papers. A investigação deve examinar uma possível "omissão de dados em sua declaração jurada". O procurador Federico Delgado declarou à rádio Continental que já há elementos para investigar Macri, depois que o deputado kirchnerista Norman Martínez apresentou uma denúncia contra ele. "O que fizemos foi, efetivamente, pedir ao juiz (Sebastián) Casanello a abertura de uma investigação", explicou.
Delgado pediu que sejam solicitadas informações à autoridade fiscal argentina (AFIP) e um parecer do órgão anticorrupção, entre outras fontes, para determinar se Macri omitiu "maliciosamente" sua declaração de bens.
Macri foi apontado pelos documentos vazados no caso Panama Papers como sócio da empresa Fleg Trading Ltd, localizada nas Bahamas e que seria uma fachada para evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O presidente argentino afirmou que a empresa foi criada pelo seu pai, Franco Macri, há dezoito anos com o objetivo de investir no Brasil com sua empresa Pago Fácil. Segundo Macri, o investimento nunca foi concretizado.
"A sociedade foi criada em 1998 e deixou de operar em 2008 porque não houve investimento. Está tudo perfeito. Ela foi declarada na DGI Argentina [a receita federal argentina]", disse Mauricio Macri ao programa Voz y Voto, transmitido pelo Canal C, na última segunda-feira. "Há quem use paraísos fiscais para esconder dinheiro obtido de forma ilícita", disse o presidente. "Nós não tivemos nem conta bancária", acrescentou.
(Fonte: Veja.com)
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