A Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul) projetou aumento de 44,83% na produção de açúcar, saindo de 1,3 milhão de toneladas para 1,74 milhões de toneladas, enquanto a cana-de-açúcar vai crescer 7,3%, indo de 48,6 milhões de toneladas para 52,1 milhões de toneladas.
Segundo o presidente da Biosul, Roberto Hollanda, o excesso de chuvas deu a tônica da safra 2015/16, com unidades em operação durante os 12 meses do período para corrigir o atraso nas suas operações. “A chuva também atrapalhou a produção de açúcar e a qualidade da matéria-prima. Para a nova safra, a expectativa é de continuar o crescimento da produção sucroenergética, recuperar a qualidade da cana e a produção de açúcar, torcendo para o clima não atrapalhar”, detalhou.
Na produtividade industrial, também se espera aumento, com maior teor de sacarose na cana da nova safra, com ATR/TC (açúcares totais recuperáveis por tonelada de cana) passando de 126,47 quilos de para 129, aumento de 2%. Já o volume de etanol a ser produzido vai permanecer estável, com 2,820 bilhões de litros, sendo 2,020 bilhões para etanol hidratado e 800 milhões de litros para o etanol anidro.
No entanto, conforme Roberto Hollanda, não se deve deixar o crescimento da produção mascarar um momento difícil para o setor. “Foram anos sofrendo com políticas públicas equivocadas por parte do governo federal que nos levaram a um momento de crise”, analisou, completando que as indústrias sucroenergéticas do Estado continuarão destinando a maior parte da produção para o etanol, a estimativa para o mix da safra 2016/2017 será de 70% da cana-de-açúcar destinada para etanol e 30% para a produção de açúcar. Na cogeração de bioeletricidade, o excedente exportado deverá chegar a 2.685 GWH, 10% a mais que a safra passada, levando em consideração que, das 20 unidades operaram neste período, todas produzem etanol, sendo que 11 produzem também açúcar e 12 exportam bioeletricidade excedente.
Na safra 2015/16, foram exportados para o Sistema Integrado Nacional, 2.441 GWH de bioeletricidade gerada por meio da queima do bagaço da cana, um crescimento de 29%. “O Estado é um dos estados mais avançados no aproveitamento da biomassa da cana para conversão em bioeletricidade”, informou o presidente da Biosul. Ele completa ainda que o setor sucroenergérico emprega 26 mil pessoas, com o terceiro melhor salário médio da indústria (R$ 2.356,00) e o maior salário médio da agricultura do Estado (R$ 2.086,00).
A massa salarial, que representa a soma de todos os salários pagos aos trabalhadores durante o ano, é a maior da indústria e a segunda maior entre todos os setores da nossa economia. No ano de 2015, o consumo de etanol no Estado cresceu 48,45%, acima do crescimento nacional de 37,35%. Ainda em 2015, o consumo de gasolina diminuiu 7,9%, contra uma redução de 7,29% no País.
Ainda assim, no mercado de Ciclo Otto (carros que consomem gasolina, etanol ou ambos), a gasolina ainda predomina, com 70% de participação. Considerando que a gasolina contém 27% de etanol anidro, temos as seguintes participações: Etanol Hidratado 30%, Etanol anidro 19% e gasolina A (pura) 51%.
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