Considerada a maior festa da Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul, a Festa da Farinha de Anastácio foi aberta nesta sexta-feira, dia 6. O evento que já está na 11ª edição faz parte do calendário oficial do município e do Estado desde 2009. A festa foi criada pelos descendentes dos nordestinos que chegaram a Anastácio há quase um século.
A ideia é manter viva a tradição dos antepassados de cultivar a mandioca. Nas redes sociais, a primeira-dama Cynthia Anastácio Figueiredo que abriu os festejos nesta sexta-feira, postou uma contagem regressiva contando como é produzida a farinha do Pulador, colônia onde famílias de agricultores, a maioria nordestinos, produzem de forma artesanal a matéria-prima, estrela da festa. As fotos, muito bem elaboradas, mostram o passo-a-passo da família do agricultor Aristeu dos Santos, de 67 anos, para produzir a farinha de mandioca. “Sempre trabalhei duro, nordestino é assim, não tem preguiça não” resume seo Aristeu, um dos inúmeros produtores de farinha na região.
Farinha que sustenta ele e os associados da cooperativa, que também fazem parte dos 56% da população local descendente de nordestinos. “Muitos desconhecem como a farinha é feita. Desde a colheita até a etapa final, é tudo feito manualmente... Eles raspam a mandioca na mão, depois colocam para triturar, prensar, em máquinas artesanais, rústicas e de madeira. Depois torra a farinha em um tacho gigante com um forno de barro, a moda antiga, aí que vai para cooperativa para embalar. É um trabalho em família. Então como tudo hoje é Facebook e Instagram, resolvi postar uma regressiva para a festa do nosso município, para àqueles que prestigiam, conhecer um pouquinho desse processo. Eu e minha família já temos o hábito de acompanhar todos os anos, faz parte da nossa história”, contou animada a primeira-dama de Anastácio.
Cultura nordestina - Em sua 11ª edição, o evento reforça mais uma vez a importância da Cultura Nordestina para Anastácio e região, além de ser um evento que movimenta a economia da cidade. O público presente na festa tem superado 25 mil pessoas, como aconteceu nas três últimas edições. “Ao longo das últimas edições que realizamos, foi notável a arrecadação do município, sem contar que a festa da farinha gera aproximadamente 500 postos de trabalhos temporários, que vai da montagem da estrutura até a limpeza do local após o evento.
Em momento de crise política e econômica no Brasil, em Anastácio vemos a comunidade entusiasmada, isso empolga a administração municipal”, contou o prefeito Douglas Figueiredo. E ele pontua orgulhoso: “Essas famílias fazem um esforço danado para que chegue ao consumidor um produto de qualidade como a farinha do Pulador. Não só na época da festa, mas durante todo o ano a produção não cessa, produto da nossa terrinha “. E hoje o triângulo vai vibrar e a multidão vai se deliciar com a música, inegavelmente nordestina.
Repentistas no palco, buchada de bode nas barracas, sandálias de couro penduradas no varal – bem do lado da literatura de cordel. Rostos fortes, sotaques da terra, da enxada, da farinha. Rendas e uma infinidade de receitas de mandioca fazem da Festa da Farinha de Anastácio, um reduto para nordestinos ‘despatriados’ há gerações e que encontram ali não apenas sotaques e comida, mas um jeito todo diferente de levar a vida.
Programação - Com entrada gratuita, incluindo os shows, a praça da alimentação, representada pela cultura nordestina, onde 300 famílias são responsáveis pelos pratos abre a partir das 19 horas, enquanto a programação musical será às 20 horas. Ontem, 6, se apresentaram a dupla do sertanejo universitário do Matheus e Kauan. Hoje, dia 7, é a vez de Caju e Castanha e a dupla Guilherme e Santiago.
(Fonte: Diariodigital)
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