A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou aos estrangeiros que viajarão ao Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos em agosto que pratiquem "sexo seguro" ao retornar aos seus países por até seis semanas, para evitar a proliferação do vírus zika. Segunda a entidade, estudos comprovaram que o risco de contágio por relações sexuais é maior do que se imaginava.
A OMS indica que tem "confiança" nas autoridades brasileiras de que, em agosto e durante os Jogos no Rio, o controle do vetor seja eficiente. Mas, ainda assim, recomenda que tanto agora quanto no evento esportivo no Brasil, cada turista, atleta ou jornalista tome medidas de proteção, até mesmo no retorno a seus locais de origem. "Para os viajantes retornando do Brasil, recomendamos a prática de sexo seguro de quatro a seis semanas", afirmou o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier.
Em um informe publicado na semana passada, a OMS ainda destacava que "o fato de a transmissão sexual do zika ser mais comum do que se pensava complica ainda mais a recomendação a casais planejando suas famílias". Em um ano, nove países registraram a transmissão da doença por meio de sexo.
No Brasil, a recomendação é para que cada estrangeiro "se proteja da melhor forma possível". Isso inclui o uso de inseticidas, dormir em locais fechados e uso de redes nas janelas ou ar-condicionado. Para mulheres grávidas, a recomendação é de que consultem seus médicos e autoridades, além de avaliar se a viagem é de fato necessária.
Lindmeier, porém, acredita que as autoridades brasileiras farão um controle concentrado nas áreas dos Jogos para reduzir a população do mosquito que serve como vetor da doença. "O Brasil fará o que for necessário para ter Jogos seguros em termos de saúde pública", insistiu a OMS. Durante a estadia no Brasil, o turista deve, ainda assim, monitorar sintomas. "Se sentir alguma suspeita, recomendamos ir ao médico e pedir um teste", indicou Lindmeier.
Para a OMS, tudo indica que o zika não será uma doença facilmente erradicada. "Vamos ter de conviver com ela, assim como é o caso da malária e outras doenças", disse o porta-voz. "O cenário mais provável é que o turista tenha de consultar quais vacinas serão necessárias para ir a determinados países e, a partir de agora, terão de incluir o zika nessa conta", afirmou.
Uma vacina contra o vírus ainda não existe, mas a OMS aposta que essa realidade possa mudar em dois anos. A entidade também informa que não há como contabilizar com exatidão o número de contaminados com vírus zika no mundo. "Isso seria simplesmente impossível", disse Lindmeier.
(com Estadão Conteúdo)
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