O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na terça-feira que apoia Bernie Sanders na corrida presidencial dos Estados Unidos e acrescentou que o pré-candidato democrata venceria a disputa se a eleição americana fosse "livre". Sanders se descreve como socialista e é defendido por seus eleitores como o único candidato independente da elite americana. Apesar de estar longe de alcançar a adversária democrata Hillary Clinton, o senador não desistiu da corrida pela indicação.
O herdeiro Hugo Chávez também se diz socialista e vive culpando os Estados Unidos pela crise econômica da Venezuela. Maduro acusa Washington de planejar um golpe para tentar derrubá-lo e apoiar aqueles que pedem a sua saída. "Bernie Sanders, nosso amigo revolucionário, deveria vencer nos Estados Unidos", disse Maduro durante uma transmissão televisiva na noite de ontem. "Se as eleições fossem livres, Sanders seria presidente", acrescentou, criticando o sistema eleitoral norte-americano, que prevê disputas estaduais pela indicação de delegados para o colégio eleitoral, que aponta o candidato vencedor.
O apreço de Maduro por Sanders não parece recíproco. Em um e-mail enviado em setembro a seus apoiadores, o democrata classificou o ex-presidente Chávez como um "falecido ditador comunista". Os Estados Unidos e o país sul-americano vivem relações difíceis desde que Chávez se tornou presidente em 1999. As nações não trocam embaixadores desde 2010. Atualmente, a Venezuela está mergulhada em uma crise econômica brutal, com grave escassez de alimentos e remédios e altas taxas de inflação.
Cláusula democrática - Na terça-feira, Maduro recebeu um golpe duro quando o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu que fosse convocada uma sessão urgente para votar a aplicação da Carta Democrática da entidade sobre a Venezuela, o que abre caminho para suspender a nação do organismo diplomático regional. O presidente também está sendo pressionado pela oposição no país, que pede um referendo revogatório para tirá-lo do cargo ainda este ano, embora as autoridades tenham dito que tal votação não irá acontecer.
*Com Reuters
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