Faltou eficácia para a seleção brasileira se classificar às quartas de final da Copa América Centenário. O time de Dunga criou boas chances e pressionou o Peru por um bom tempo na noite deste domingo, mas caiu de produção, foi prejudicado pela arbitragem e errou muitas finalizações – Elias perdeu chance clara dentro da pequena área, nos acréscimos. O resultado foi a derrota por 1 a 0, com gol de mão de Ruidíaz, e eliminação.
O revés coloca ponto final na campanha da seleção brasileira, eliminada precocemente da Copa América Centenário. Desde 1987 o time canarinho não caía na primeira fase da competição. O mau momento se estende desde o vexame da Copa do Mundo de 2014, passando pela Copa América do ano passado e a irregularidade nas Eliminatórias.
Derrota pode custar emprego de Dunga
A eliminação deve gerar pressão o suficiente para que Dunga seja demitido. O comandante começou a competição pressionado por causa do desempenho irregular e a sexta colocação nas Eliminatórias. O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, já ouve diversas reclamações de dirigentes de outras federações e sabe que até a pressão da imprensa será insustentável. Tite, hoje no Corinthians, e Jorge Sampaoli, ex-técnico da seleção chilena, tiveram seus nomes comentados na CBF para substituir o comando da seleção verde e amarela antes de a competição nos EUA começar. O único fator que pesa a favor de Dunga, agora, é o atraso no planejamento para a disputa das Olimpíadas. A tendência, caso haja demissão dele, é que Rogério Micale, hoje interino, assuma o posto de maneira definitiva em busca do ouro olímpico.
Gol ilegal validado após muita confusão
Aos 29 do segundo tempo, o lance mais marcante e debatido da partida: Polo avançou pela direita e cruzou à meia altura para Ruidíaz completar a gol com o antebraço. O lance foi prontamente validado, mas a arbitragem entrou em verdadeira conferência logo em seguida, criando total expectativa no estádio. Após vários minutos, o árbitro Andrés Cunha confirmou o gol que eliminou o Brasil.
Gabigol muda ataque do Brasil
Terminaram em Gabigol as principais jogadas da seleção brasileira. Diferentemente de Jonas, o jovem de 19 anos jogou mais fora do que dentro da área. Em diversas ocasiões apareceu nas pontas para receber passes e criar espaços para que Coutinho e Lucas Lima avançassem pelo centro do ataque. Quando esteve dentro da área, mostrou senso de posicionamento para se livrar dos marcadores e receber em posição livre. Na primeira, em boa jogada de Elias, girou para bater e viu o goleiro peruano Pedro Gallese se esticar para fazer grande defesa. Mais tarde, avançou pela esquerda e finalizou com força, exigindo outra boa defesa. Mas o gás do atacante santista acabou no intervalo, e ele esteve apagado até ser trocado por Hulk.
Aposta ofensiva de Dunga faz Peru errar na defesa
Dunga contrariou as expectativas quanto ao substituto de Casemiro, suspenso, e decidiu apostar no meia Lucas Lima e em uma mudança de formação tática em vez de acionar o jovem volante Walace. Passou o Brasil do 4-1-4-1 dos dois primeiros jogos para o 4-2-3-1, com Elias e Renato Augusto como volantes, uma linha de três meias ofensivos, e Gabigol. A tendência óbvia se confirmou: o time teve mais posse e conseguiu trocar, principalmente no segundo tempo, mais passes no campo ofensivo. Mas o efeito mais determinante no jogo foi a eficiência do novo esquema tático quando o Brasil não teve a bola nos pés: tamanha a pressão brasileira no campo de defesa no Peru que o time de Ricardo Gareca teve imensos problemas para sair jogando. Só no primeiro tempo, em cinco ocasiões o Brasil criou chances de gol a partir de erros adversários. Mas após o intervalo o ritmo caiu demais, recolocando o Peru na partida.
Novo reforço do SPFC e Guerrero
O atacante Christian Cueva, camisa 10 do Peru e novo reforço do São Paulo, ficou perto de fazer um gol no início do segundo tempo. Em falta cobrada e poucos metros da área, pelo lado direito, bateu por cima da barreira, no ângulo oposto de Alisson, e obrigou bela defesa do goleiro. Já Paolo Guerrero, do Flamengo, teve atuação discreta. Com a pouquíssima posse de bola do Peru, teve problemas para participar da partida e enfrentou desafio ainda maior para ganhar as raras bolas que chegaram ao ataque.
Pênalti aqui, pênalti lá
O Brasil chegou a pedir pênalti em quatro lances do primeiro tempo, mas só em um deles, com Lucas Lima, a reclamação foi mais intensa – até o capitão Miranda cruzou o campo para discutir com o árbitro uruguaio Andrés Cunha. No Peru, um único lance duvidoso também rendeu polêmica quando o ponta-esquerda Flores passou por Gil e acabou calçado por Renato Augusto. O time peruano pediu a marcação da infração, mas novamente o árbitro mandou seguir.
*Uol Esportes
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