Campo Grande tem 15 empresas em processo de recuperação judicial, que acumulam montante de R$ 865,65 milhões em dívidas, seja em débitos trabalhistas, seja com fornecedores ou instituições de crédito. Os dados são da Vara de Falências, Recuperações, Insolvências e Cumprimento de Cartas Precatórias Cíveis em Geral, responsável por analisar todos os pedidos feitos por empresários sediados na Capital.
“Há construtoras, empresas de material de higiene. São diversos setores”, diz o juiz da Vara de Falências, José Henrique Neiva de Carvalho e Silva. Do total milionário de débitos, uma única empresa do setor do agronegócio, o Grupo Pinesso, responde por mais de R$ 570 milhões, ou seja, aproximadamente 65% do valor dos processos em tramitação. O pedido de recuperação judicial foi feito em julho de 2015 e, na época, o Grupo informou que a maior parte da dívida era com instituições financeiras. O problema financeiro teria sido causado pelas quebras consecutivas das safras de 2012 e 2013, e foi agravado pela queda nos valores das commodities, elevação das taxas de juros e retração das atividades econômicas.
O cenário de crise econômica no País, que prejudicou diversos setores, fez outras oito empresas entrarem com pedido de recuperação judicial em 2015. Neste ano, já são três novos processos na Capital. O volume dos dois anos representa quase metade (46%) do total de recuperações interpostas desde 2005, que é de 26. O juiz Neiva analisa que o número de pedidos “aumentou muito” em relação a anos anteriores e “isso se deve à crise econômica”.
*Correio do Estado
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