O Plano Diretor, conjunto de diretrizes responsável por ordenar crescimento e desenvolvimento das cidades, será discutido em uma audiência pú- blica na Câmara Municipal, hoje (11). Os comerciantes da Capital levantam questões como a revitalização do centro, os corredores de ônibus, atração de mais indústrias e mais investimentos para a cidade.
O plano deve ser discutido com a população e todos os setores. De acordo com a Lei Federal 10.257/2001, que regulamenta o Estatuto das Cidades, normatizando atualizações de planejamento do desenvolvimento dos municí- pios, pelo viés da distribuição espacial da população e das atividades econômicas, dentre outras questões.
Para os setores que representam o comércio da Capital, o protagonista do plano deve ser a revitalização do centro. Segundo o diretor do Conselho do Centro, vinculado a ACICG (Associação Comercial de Campo Grande), Edmir de Souza Assunção Arnas, a cidade está parada nos últimos anos e isso prejudica o comércio como um todo. “Não temos muitas expectativas, o projeto de revitalização da 14 de Julho está parado há mais de cinco anos. O que a gente precisa não são promessas e sim de projetos que comecem e terminem. A revitalização do centro começou a ser feita, mas está parada há anos. A 14 de Julho é o coração da cidade, precisa ser revitalizada”.
O presidente da CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande), Hermas Renan Rodrigues, reforça a expectativa em relação à revitalização do centro. “A revitalização precisa virar realidade, está faltando vontade política! Essa é a grande reivindicação dos empresários da região central e criou muitas expectativas para toda a população como os corredores de ônibus e núcleos periféricos para gerar fluxo ordenado e produtivo”.
Presidente da CDL promete se manter vigilante sobre a revitalização do centro
Para Hermas a participação da sociedade é fundamental para que não haja imposição de um único ponto de vista. Ele destaca Campo Grande como uma cidade que transmite aos visitantes planejamento, limpeza e qualidade de vida. “Características essas que esse Plano Diretor tem de contemplar para que não haja mudança nesse sentido, porque isso resulta em investimentos. Não mudar o que consideramos que é essencial para atrair investidores. É preciso respeitar a nossa identidade construída ao longo dos anos por todas as administrações anteriores e a atual, tendo o cuidado de não tomar decisões apressadas e mal planejadas”.
A CDL-CG promete uma postura vigilante, acompanhando debates e reuniões sobre o tema que é complexo. De acordo com o presidente, por representar o segmento empresarial, a categoria será convidada para se envolver, opinar, contestar e sugerir. “Precisamos de um plano voltado para o desenvolvimento sustentável. Um tema que está previsto nesse plano que nos preocupa muito é a outorga onerosa, que precisamos entender melhor e ver a extensão disso. Indagamos se não pode reduzir o valor venal de terrenos e impactar diretamente nos investimentos comerciais e industriais. Inviabiliza negócios, tira o sono do empresariado e gera impactos sociais. Não pode ser decidido apressadamente”, finaliza Hermas.
O diretor do Conselho do Centro diz acreditar que focar nas indústrias é de suma importância para que a economia da cidade comece a ser impulsionada. “A gente também precisa de incentivos para que mais indústrias se instalem na capital. Com mais indústrias teremos mais empregos e mais gente consumindo, assim o comércio gira. Estamos acompanhando as discussões do plano, porque todos nós fazemos parte desse plano,” ressalta Edmir.
*O Estado
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