Último líder da extinta União Soviética, Mikhail Gorbachev reapareceu aos 85 anos para defender a Rússia do possível banimento da Olimpíada do Rio de Janeiro por causa de um escândalo de doping generalizado. Gorbachev enviou nesta sexta-feira uma carta ao presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, para pedir que atletas russos que não foram flagrados em exames antidoping possam participar da Rio-2016.
“Me preocupa e me indigna profundamente a possibilidade de que, caso os atletas russos acabem excluídos dos Jogos, sejam punidos também os inocentes”, afirmou o líder da União Soviética entre 1985 a 1991 em sua carta ao dirigente alemão. Gorbachev disse que o “princípio de punição coletiva é inadmissível” e se mostrou convencido de que isso “contradiz os valores universais sempre defendidos pelo movimento olímpico”.
“Espero que o senhor Bach leve em conta esses argumentos e tome uma decisão justa.” Gorbachev, no entanto, afirmou que apoia a luta contra o doping no esporte e defendeu a punição aos trapaceiros.
“Lamento o fato de que entre os funcionários e atletas que optaram pelo doping e a falsificação há cidadãos russos. É preciso tirar conclusões, realizar uma profunda investigação, punir os culpados e tomar medidas para que isso não ocorra no futuro. Tenho certeza que assim será feito.”
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta sexta-feira a criação de uma comissão independente para combater o doping na Rússia, às vésperas de o COI decidir sobre a presença do país nos Jogos do Rio.
O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS, na sigla em francês) rejeitou no dia anterior, por unanimidade, o recurso apresentado por 67 atletas russos contra a decisão da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), que decidiu suspender o atletismo russo do país por conivência com doping.
O COI tomará nos próximos dias uma decisão sobre a participação de toda a equipe olímpica russa nos Jogos do Rio com base na decisão do TAS e em um relatório independente divulgado pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), que acusou a Rússia de ter permitido o doping durante os Jogos de Inverno de Sochi em 2014, com a ajuda do governo do país.
*Com agência EFE
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