Em continuidade das ações articuladas pelo Governo do Estado, por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial e Cidadania (Subpirc) e Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), em parceria com o município de Bonito, a Comunidade Negra Quilombola Águas do Miranda, recebeu os técnicos da Agraer para execução do georreferenciamento de seus novos lotes.
A comunidade, localizada na extremidade nordeste do município, distante a 300 quilômetros de Campo Grande, margeando o rio que dá nome ao lugar, será deslocada para a nova área devido a enchentes do rio Miranda, que afeta a comunidade há anos
“Estamos batalhando por isso há muito tempo e agora com a execução do georreferenciamento pelo Governo poderemos adentrar com segurança em nossa nova área, nos livrando das enchentes e aproximando ainda mais nossa comunidade”, comemorou o líder da associação, professor Valdecir Amorim.
O novo local, doado pelo poder executivo de Bonito, conta com 11 hectares e abrigará aproximadamente 60 remanescentes de quilombo, com espaço reservado para uso comum e igreja.
O titular da Subpirc – pasta ligada à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), Carlos Versoza, acompanhou de perto as ações e destacou que a articulação entre as esferas de governo possibilitará ainda mais melhorias para a comunidade.
“Fomos prontamente atendidos pela Agraer nesse pedido para o georreferenciamento da área e ainda vamos buscar parcerias com outros órgãos da esfera estadual e também na federal, para viabilizar moradias para eles nesses novos lotes”, pontuou.
O serviço de mapeamento da área está sendo executado pelos engenheiros da Agraer, Flávio Pereira e Claudio Nunes, ambos da Gerência de Regularização Fundiária. De acordo com os técnicos é necessária a conferência exata da localização para que a divisão da área e a posterior demarcação dos terrenos seja correta. O relatório final do serviço será encaminhado ao município de Bonito que procederá a ocupação pelas famílias.
Quilombolas de Águas do Miranda
Representada pelo griot – indivíduo que tem o compromisso de preservar e transmitir histórias, fatos históricos e os conhecimentos e as canções de um povo – Amaurílio Modesto, 77 anos, conta que a comunidade surgiu em meados da década de 1950, quando ele veio da Bahia para trabalhar em fazendas do Estado.
Mais tarde também vieram família de Alagoas e Minas Gerais que integraram comunidade, se instalando no local e também em Anastácio e Nioaque. Hoje, as famílias da região sobrevivem da venda do pescado e da agricultura familiar.
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