Calor castiga e sensação térmica chega a 41ºC na Capital

Conforme prevê a meteorologia, outubro está sendo o mês mais quente do ano. O verão, que começa em menos de dois meses, pode perder a fama de “estação mais quente do ano” para a primavera, que mal começou e já tem registrado temperatura acima dos 30°C. De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão, na quarta-feira (19), o calor chegou aos 35,6ºC, exatamente às 15h10, mas a sensação térmica foi de 41ºC.

No interior do Estado, Porto Murtinho registrou a temperatura mais alta. Entre 13h e 18h20, os termômetros registraram oscilação entre 40ºC e 42ºC, com sensação térmica de 48ºC. A umidade relativa do ar atingiu os 20%. Os campo-grandenses têm sentido literalmente na pele a força do calor nos últimos dias. “Passei aqui só para comprar um protetor, e dei preferência para o mais alto fator protetor porque o sol não está aliviando”, contou a vendedora Anaelise de Souza, 21, ao sair de uma farmácia no centro da Capital. De acordo com Natálio Abrahão, 2012 foi o ano mais quente do século 21 em Campo Grande e registrou 39,20°C.

Três anos depois, em 2015, no mesmo período, foi registrado 37,80%. O meteorologista explica que na primavera as temperaturas aumentam gradativamente na região Centro-Oeste, e que as máximas podem atingir números acima dos 38°C na sombra. Diante disso, o sucessor da primavera pode vir com força total e só amenizar no último mês de sua “estadia”. O vendedor ambulante Francisco Dias Souza, 62, que há 10 anos trabalha nas redondezas da praça Ary Coelho, região central de Campo Grande, conta que o calor é favorável aos comerciantes. “Tirando essa crise que querendo ou não também afeta os pequenos, as vendas aumentaram. Eles chegam aqui morrendo de sede, pedem por “água bem gelada”, ou “quero uma água trincando”, porque o calor está de ‘matar’ mesmo”, comenta.

Quem também comemora as altas das temperaturas são os vendedores de eletrodomésticos, é o que afirma o vendedor Jeferson Rinoso, 39. “As vendas aumentaram em torno de 10% a 20%, inclusive alguns produtos já estão em falta, como ar-condicionado e ventiladores mais potentes. Calor demais não é bom, mas para nós, com certeza é, os clientes têm vindo até a loja e a primeira coisa que perguntam é preço do ar, dos ventiladores e se temos em estoque”, conta.

Por outro lado, tem que corre do calor e não vê a hora das temperaturas amenizarem. É o caso do cuidador de motos Carlos Alberto Ferreira, 62. Esse horário de verão já é doído porque o sol não dá trégua, quando são cinco horas da tarde o sol está lá em cima ainda e eu não tenho para onde correr. Ou fico aqui ou perco de ganhar o meu cuidando das motos”, disse. “Eu não gosto desse calor. A gente mal acorda e a temperatura já está na casa dos 30°C. Não adianta nem pôr uma roupa fresca que vai soar do mesmo jeito, não há ventilador que aguente, sem contar que a conta de luz vai lá nas alturas”, lamenta a operadora de caixa, Rafaela Lanza, 21.

“No calor tudo é ruim, a gente não dorme direito, soa, não come bem, é um Deus nos acuda. Eu prefiro o frio, inclusive estou até pensando em me mudar para o sul ainda esse ano”, contou o cuidador de motos.

*O Estado