Comerciantes do Mercado Municipal Antônio Valente, “o Mercadão de Campo Grande”, garantem que não sentem impacto da crise e esperam que o pagamento o 13º salário impulsione ainda mais as vendas. Considerado um ponto turístico, o Mercadão, localizado na rua 7 de setembro, foi inaugurado em 1958, e teve origem em uma feira livre, um ponto de vendas de carnes e verduras que ocupava uma grande área margeando os trilhos da Noroeste do Brasil.
O mercado é referência na comercialização de produtos hortifrutigranjeiros, peixes e especiarias, tendo sido, por longo tempo um, dos poucos locais de comércio abertos ao público aos domingos pela manhã. Para a aposentada Alice Betoni, das bancas da Alice e do Gil, o ano foi bom. Ela, que está há 36 anos no local, afirma que não “ficou no vermelho”. “A gente sempre espera que, nesse período, vai ser melhor ainda. Aqui, temos três boxes e vendemos produtos diversificados, como farinha, polvilho, alho, cebola, mas nosso carro-chefe é a erva de tereré”, detalha.
Há cinco anos trabalhando sozinho na banca do Vadu, Valdomiro Teixeira, 65, relata que não tem do que reclamar. “Enquanto os outros reclamam, eu estou ótimo. Todo ano, de 15 de novembro até o final de dezembro eu vendo mais. Aqui tenho vários tipos de farinha, polvilho e condimentos que faço a moagem na hora, como a pimenta do reino, cominho, sal do Himalaia, etc”, conta Vadu, como é conhecido
Clima entre os vendedores vai do total otimismo à cautela
Já para Fábio Inácio, que trabalha há 15 anos no Box do Paulo, a crise chegou a todos os lugares, inclusive no Mercadão’. “O box tem como principal produto o queijo caipira. Depois da diminuição nas vendas durante o ano, a gente percebe que com a proximidade do fim do ano tem melhorado. No ano passado aumentou em 20% as vendas, esperamos que esse ano seja melhor”.
O Empório do Queijo funciona há dez anos no Mercadão, a proprietária Daiany Rocha espera que o 13º salário venha para impulsionar as vendas. “Acho que a crise chegou um pouco para todos, tivemos uma redução este ano, mas quando sai o décimo terceiro sempre dá uma impulsionada. O queijo é nosso principal produto, porém, próximo as festas vendemos bem as frutas secas e castanhas também”
Pagamento do 13º salário
Outro que espera que o salário a mais reflita nas vendas é o Ronaldo Maja, no ramo dos hortifrútis há 20 anos no Mercadão com a banca do Maja, ele conta que o ano foi bom, mas não sabe bem o que esperar. “Para mim o ano não foi tão ruim, mas a gente vê pelas notícias que as coisas só pioram. Vamos aguardar para ver se o 13º dá uma aumentada nas vendas, geralmente é o que acontece no fim do ano”.
Para quem gosta de um bom doce caseiro como de leite, geleia, coco e outros, José Sebastião de Oliveira, da banca do Oliveira, está há 34 anos comercializando suas delícias. “Estamos em um momento de melhorias. O fim do ano é propício para isso, dá uma aliviada porque comercializo mais. Para ficar melhor só resolvendo essas questões políticas e o Governo injetando mais dinheiro”, comenta Oliveira.
Consumidores fieis ajudam a manter faturamento
Comprar no Mercadão, independente do produto, é tradição em Campo Grande. São queijos, frutas, verduras, flores, pimentas, queijos, doces, ervas, castanhas e muitas outras opções. Adolfo Ramos, 46, afirma que já perdeu as contas do tempo que faz compras no local. “Busco temperos, carnes, queijo e muitas outras coisas, já faz bastante tempo que venho aqui”.
Quem conhece bem o local é Ditemar Vicente Garcia, 87, ele revela que em 1949 foi pela primeira vez até a feira que deu origem ao mercado. “Compro frutas, verduras, mandioca, queijo e vários outros produtos. Moro na Capital desde 1954, e sempre frequentava a feira que depois foi organizada e virou o mercadão. Toda semana estou aqui e gosto muito”, finaliza.
*O Estado
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