A Polícia Federal conduziu à força nesta quinta-feira o prefeito reeleito de Palmas, o colombiano Carlos Amastha (PSB), na deflagração da Operação Nosostros [nós, em espanhol]. Ele é suspeito de estar envolvido numa fraude na licitação do trecho sul do BRT da capital de Tocantins, obra barrada pela Justiça Federal, e que requer uma série de desapropriações.
Também foram conduzidos o secretário municipal de Finanças, Cláudio de Araújo Schüller, e o procurador-geral do município, Públio Borges – outros servidores públicos serão intimados a depor.
A licitação teve valor de 264,2 milhões de reais. Trata-se do principal projeto de Carlos Amastha, não concluído no primeiro mandato. A obra foi questionada pelo Ministério Público Federal, inicialmente, por falta de demanda.
Segundo a PF, houve repasse de informações privilegiadas da prefeituras a empresas que participaram da concorrência. “Em conluio com grandes imobiliárias da região, agentes públicos pressionavam proprietários para que cedessem a título gratuito parte de suas terras para pessoas ligadas ao esquema criminoso”, diz nota da PF. “Uma das formas de coação era a cobrança de altos valores de IPTU desses proprietários. A implantação do BRT valorizaria os imóveis que o grupo tivesse.”
Ao todo, a PF cumpre 22 mandados: dez de condução coercitiva e doze de busca e apreensão em estados como Tocantins, Paraná e Santa Catarina, onde Amastha teve negócios.
A licitação do BRT, em regime diferenciado de contratação [RDC], foi vencida pelo consórcio TCS (empresas TIISA Infraestrutura e Investimentos, CLD – Construtora e Laços Detentores e Eletrônica). A proposta do consórcio TCS derrotou entre outras a da OAS Engenharia, uma das maiores empreiteiras do país, investigada na Operação Lava-Jato.
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