A Justiça de São Paulo condenou nesta quinta-feira o policial civil José Camilo Leonel a 11 anos, 9 meses e 10 dias de prisão – seis deverão ser cumpridos em regime fechado – pelo crime de tortura, constrangimento ilegal, ameaça e denúncia caluniosa. Em janeiro deste ano, Leonel agrediu e ameaçou o comerciante iraniano Navid Rasolifard Saysan, dono de uma loja de tapetes na Zona Oeste de São Paulo. As imagens das agressões e ameaças foram registradas pela câmera de segurança da loja.
As agressões ao comerciante aconteceram após a estudante de direito Iolanda Delce dos Santos ir até o estabelecimento de Saysan, onde havia comprado um tapete, para pedir o dinheiro da compra de volta. Imagens das câmeras de segurança da loja mostram que o investigador chegou ao estabelecimento pouco depois que Iolanda saiu do local, sem conseguir a devolução do dinheiro, e fez uma ligação. Ao chegar ao local, Leonel agrediu o comerciante e o ameaçou com uma arma. O Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, foi chamado para reforço e Saysan saiu algemado da loja. Leonel está preso desde abril.
Iolanda foi condenada a seis anos e seis meses de prisão, três em regime fechado, pelos crimes de tortura, constrangimento ilegal, ameaça e denúncia caluniosa – ela poderá recorrer em liberdade. A decisão da juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira determina ainda que, por abuso de autoridade, Leonel pague multa de 20.000 reais, tenha a aposentadoria suspensa e seu cargo cassado.
Na sentença, a juíza destaca que o réu causa “desassossego na sociedade, demonstrando claro desrespeitos à vida alheia, abusando de sua função pública, com uso de arma, distintivo, viatura da Polícia Civil do Estado de São Paulo, bem como o apoio de uma série de policiais civis em sua conduta, praticada com violência contra um comerciante”. Iolanda, destaca a juíza, possui “personalidade egoísta, arrogante e presunçosa”.
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