Um relatório de investigação da Polícia Federal indica que o Grupo Bertin pagou parte da reforma do sítio Santa Barbara, em Atibaia (SP), frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento faz parte das investigações da 24ª fase da Operação Lava Jato e é datado de 16 de setembro deste ano. Lula responde a inquérito por ter recebido benesses de empreiteiros que reformaram o imóvel, registrado em nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios do filho de Lula.
O laudo da PF analisa o e-mail do arquiteto Igenes dos Santos Irigaray Neto, que cuidou pessoalmente da reforma do sítio. Nelas, aparecem trocas de mensagens com funcionários do Grupo Bertin, através do e-mail corporativo destes. Há negociações de pagamentos, comprovantes de depósitos por serviços prestados, e orientações sobre detalhes das obras.
A Polícia Federal identificou três depósitos feitos na conta de Irigaray Neto pela empresa Rema Participações Ltda, que é parte do Grupo Bertin. As remessas foram feitas entre os dias 5 de novembro de 2010 e 18 de março de 2011, somando 110.516 reais. O valor total do contrato, segundo uma das mensagens, seria de 225.000 reais.
O sítio Santa Bárbara entrou na mira da Operação Lava Jato após a descoberta de que empreiteiras do petrolão (OAS e Odebrecht) realizaram reformas no local. Os investigadores suspeitam que o ex-presidente, que sempre negou ser o dono da propriedade, recebeu gratificação das construtoras em troca de contratos obtidos da Petrobras. A propriedade está registrada oficialmente no nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho. Bittar é filho de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas e amigo pessoal de Lula. E Suassuna é sócio de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, na empresa BR4 Participações.
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