Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo desta sexta-feira, Marcelo de Carvalho, apresentador e sócio da RedeTV!, também conhecido por ser marido da ex-modelo e apresentadora Luciana Gimenez, faz duras críticas à Operação Lava Jato. Carvalho vê abuso de poder na operação movida pela Polícia Federal, abuso que configuraria prática de um “Estado totalitário”, e a culpa por paralisar o país, ao impedir a implementação de uma agenda positiva capaz de levar à retomada do crescimento. Para ele, a Lava Jato está criando um clima de caça às bruxas que faz de todo empresário e todo político suspeitos de corrupção, quando na verdade a prática de pagamento de propina e fraudes em licitações existe “desde os tempos do Império”.
“A Lava Jato não descobriu nada de inédito. Na verdade, trouxe-nos um choque de realidade. O esquema de obtenção de obras públicas por meio do pagamento de comissões aos agentes governamentais é algo arraigado e disseminado desde os tempos do Império. Sempre falamos disso. Quando pequenos ouvíamos nossos pais contarem anedotas a respeito. Quem não tem uma para contar? Quem não se lembra do ‘rouba, mas faz’?”, escreve Carvalho no início do artigo. “No entanto, a partir do momento em que se puxou a primeira cordinha, passou-se a desenrolar um novelo interminável que atinge, é óbvio, praticamente todos os partidos, assim como agentes públicos em todos os níveis. Indo-se mais para trás, as grandes obras das décadas passadas passariam ilesas? As privatizações? A construção de Brasília? Juscelino Kubitschek, Adhemar de Barros, Getúlio Vargas? E o barão de Mauá?”
Para o sócio da RedeTV!, o maior prejuízo da prática da propina é inflar o valor das obras públicas, que passam a custar bilhões a mais do que originalmente deveriam consumir. “O mais nocivo é o overprice da obra, pois ao receber a “contribuição” — seja doação, dinheiro vivo, joias, carros, sítios ou apartamentos multiplex- o agente público ou a empresa estatal contratante fazem vistas grossas ao custo do projeto em si. E aí o aumento não é da ordem de 1%, 2% ou 5%, mas sim de bilhões e bilhões de reais.”
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