O churrasco de fim de semana do campo-grandense ficou mais caro desde o mês passado. Pesquisa elaborada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas da Anhanguera/Uniderp (Nepes) apontou um aumento médio de 5,31% no preço da carne vermelha em Campo Grande entre os meses de outubro e novembro.
A pesquisa chama a atenção a alta no preço do filé mignon, 21,59%, que de R$ 31,64 o quilo saltou para R$ 38,47 de um mês para outro. Mas, também apontou alta de 16,44% no quilo da rabada, que fechou o mês de novembro a R$18,71 o quilo, e de 14,99% no quilo do cupim, cujo valor saltou de R$ 16,95 para R$ 19,49.
Esse aumento, explicou o que professor Celso Correia de Souza, coordenador do Nepes da Uniderp, está ligado à fatores como: queda na oferta de boi gordo para abate, por conta da entressafra; forte exportação de carne bovina – em decorrência da desvalorização do real frente ao dólar – e também à formação de estoque da rede atacadista para as festas de fim de ano. “O preço só não subiu mais no período devido à baixa demanda pelo produto por parte do consumidor, que está preferindo a carne de frango ou suína, esta última com preço bem mais barato do que a carne bovina”, destacou Souza.
Dentre os 19 cortes pesquisados, somente cinco apresentaram queda nos preços de um mês para outro. Este é o caso do quilo do bucho, que caiu de R$ 15 para R$ 13,87 (-7,49%) e do músculo, que em outubro custava R$ 16,78 e fechou novembro a R$15,9 (-4,89%).
Frango
Essa alta na carne bovina, no entanto, também influenciou diretamente nos preços da carne de frango. Conforme o pesquisador, com a alta dos preços e a redução no poder de compra da população, cresce consideravelmente o consumo da carne de frango, impactando nos preços.
“O frango sofre uma pressão de demanda nesse período em que o preço da carne bovina está muito alto, com as pessoas deixando de consumir carne bovina e migrando para a carne de frango, cujo preço é praticamente 40% do preço da carne bovina, a carne de frango também aumentou muito de preço nesse mês de novembro. Essa é época de entressafra no mercado bovino, quando a oferta de gado é menor, e o preço tende a subir”, completou.
A variação do preço médio da carne de frango entre outubro e novembro foi de 6,72%. O reajuste mais alto foi para o quilo da coxa e sobre coxa (+34,47%). Também apresentaram alta expressiva o preço do peito sem osso (+26,03%) e frango congelado (+24,48%).
“Com o aumento do desemprego e a queda da renda, a tendência do consumidor é reduzir os gastos, as pessoas tendem a recorrer à carne de segunda, a carne suína e, também, à carne de frango. Depois de aumentos recorrentes da carne bovina, que motivaram também aumento de preços das carnes suínas e de frango, o consumidor está sentindo o peso no bolso”, informou.
Dos treze cortes de frango pesquisados, quatro tiveram queda nos preços: coração de frango ( de -3,35% a -12,51%, dependendo da marca), asas (-16,34%) e moela (-6,61%).
*Correio do Estado
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