Ocorrências envolvendo abelhas têm registrado um aumento nesta época do ano por conta do calor, que está marcando mais de 40ºC em Mato Grosso do Sul, e esta temperatura tende a tornar esses insetos mais agressivos, aumentando assim, casos de ataques, por exemplo.
O Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) já recebeu 91 solicitações de pessoas relatando problemas com abelhas neste mês — dados até o dia 22. Apesar de, muitas vezes, não chegar até o extremo de uma picada, o centro recebe mais de uma ligação desse tipo por dia, com pedidos de retirada de colmeia, extermínio, etc.
Setembro só está atrás de fevereiro em número de ocorrências com abelhas, que registrou 97 no mês inteiro. Analisando os dados, é possível notar que os casos aumentam gradativamente a partir de julho, época que foi mais quente e seca. Confira:
No total, 2021 já teve 613 ocorrências envolvendo abelhas. Esse dado representa 63% dos casos de 2020, que registrou 973 casos, com maior intensidade em janeiro, fevereiro e março:
Conforme o biólogo José Milton, há vários fatores que explicam o aumento de ocorrências nesta época do ano e a temperatura é a principal delas.
"Elas apresentam mesmo um comportamento mais agressivo [nessa época]. Os enxameamentos em busca de novos locais quando tem perturbação no lugar original podem promover esse tipo de situação", explicou Milton ao Jornal Midiamax, citando as abelhas-europa, as mais comuns no nosso ambiente.
Mais agressivas por conta do calor, os insetos reagem a qualquer tipo de perturbação e vibração na colmeia. Se sentindo ameaças, assim como qualquer outro animal, elas atacam quem estiver por perto.
Além disso, as queimadas nas matas fazem com que muitos enxames migrem para as cidades, pois o fogo destrói as colmeias. Consequentemente, a coexistência do homem e inseto no mesmo local pode gerar ataques. Outro motivo para a migração é a procura por ambientes com condições melhores de alimentos para a sobrevivência.
A colônia de abelhas também se divide por conta do número de indivíduos e então se formam dois grupos: um fica no local e o outro sai à procura de uma nova casa.
O quantitativo de ataques registrado pelo Corpo de Bombeiros é baixo, em comparação com as solicitações, já que por vezes a equipe chega ao local da ocorrência e o enxame nem está mais lá. O extermínio então é menor ainda, pois se tratam de insetos migratórios. Conforme dados dos Bombeiros, foram registrados apenas 12 ataques e seis extermínios desde junho até este mês.
O Corpo de Bombeiros orienta para que as pessoas se mantenham distantes de enxames e colmeias, pois abelhas com ferrão possuem o potencial de vitimar seres humanos e animais. Ao se deparar com os insetos, é preciso acionar o Corpo de Bombeiros pelo 193, que saberá informar qual a melhor medida a ser tomada.
*Midiamax
Mín. 22° Máx. 34°