O ano de 2021 foi um ano de reconstrução para o Counter-Strike: Global Offensive. Depois de uma temporada de 2020 marcada pelas competições online, o FPS da Valve voltou a ter LANs sendo realizadas, teve seu primeiro major em dois anos e foi marcado pelo domínio russo.
Para relembrar a temporada, o ge separou cinco momentos que vão ficar eternizados na mente do fã do CS:GO.
Uma das notícias mais aguardadas do fim de 2020 se concretizou logo nos primeiros dias do ano novo. Gabriel "FalleN" deixou o banco do MIBR para assinar com a Team Liquid, substituindo Russel "Twistzz" na escalação titular.
Essa foi a primeira vez que FalleN jogou em um time de maioria estrangeira, mas os resultados não foram os melhores. Diferenças na abordagem tática e atritos internos prejudicaram a Liquid, que nunca cumpriu seu potencial e teve só um título, o do cs_summit 8, ao longo do ano. Assim como no ano passado, o Professor começará o ano novo no banco e aguarda pela concretização do "Last Dance".
A transferência de FalleN não foi a única que balançou as estruturas do CS:GO. Ao longo do ano, outras mudanças de time também marcaram o mercado - como Nicolai "device" deixando a Astralis para se juntar à Ninjas in Pyjamas e VINI deixando o time titular da FURIA.
Se o ano não foi de muito sucesso para FalleN, um outro jogador brasileiro muito querido do público pode sorrir. Vinicius "vsm", finalmente, ficou livre. Após anos de angústia, a Valve atualizou suas regras de elegibilidade para eventos oficiais. Em abril, a publisher definiu que jogadores com banimentos VAC de mais de cinco anos atrás estariam liberados para competir.
Com a mudança, vsm disputou seus primeiros campeonatos oficiais no cs_summit 8 e na IEM Fall. A 00Nation, porém, não conseguiu os pontos suficientes para se classificar para o PGL Major Stockholm.
Legenda: Vinicius "vsm" comemora vitória contra a paiN no cs_summit 8 — Foto: Reprodução
Apesar da ausência de vsm, outro jogador brasileiro foi beneficiado pela regra. André "drop", da FURIA, que também tinha um banimento VAC em registro, viu a punição vencer dias antes de disputar a última seletiva RMR. Posteriormente, drop jogou o mundial e chegou até as quartas de final.
Dentro do servidor, só um time brilhou esse ano, a Natus Vincere. A equipe de Oleksandr "s1mple" abriu o ano vencendo a BLAST Premier Global Final e seguiu colecionando troféus nos meses seguintes, com a DreamHack Masters Spring e o primeiro RMR da região CIS.
Na primeira grande LAN da temporada, a IEM Cologne, a equipe conseguiu o título e de quebra conquistou o Intel Grand Slam. Nos presenciais, inclusive, a NAVI foi imbatível: foram quatro disputados e quatro vencidos.
O maior deles veio em novembro, no PGL Major Stockholm, o primeiro major em dois anos. A equipe foi campeã de maneira invicta e conseguiu seu primeiro título mundial no CS:GO.
No total, foram 8 títulos conquistados e US$ 4,275,5 milhões (R$ 24,2 milhões) em premiações - o número recorde arrecadado por uma equipe numa única em toda a história.
Se os russos têm muito o que comemorar, os brasileiros nem tanto. Em 2021, o país, que já foi o melhor do mundo na modalidade, teve poucos momentos de felicidade. Mesmo que o PGL Major Stockholm tenha sido marcado por recorde de jogadores e times brasileiros, o restante da temporada não foi nada empolgante.
A FURIA, principal time do país, mais uma vez teve dificuldades em desempenhar na Europa. Com uma temporada marcada por mudanças, o time só teve duas taças - a da IEM Fall norte-americana e do Elisa Invitational Summer. O grande destaque ficou pela campanha no major, com a FURIA chegando às quartas pela primeira vez.
A grata surpresa foi a GODSENT. A equipe liderada por Epitácio "TACO" foi montada no início da temporada e, depois de alguns meses sem chamar a atenção, explodiu no segundo semestre, vencendo a DreamHack Open September, sendo vice da IEM Fall e conseguindo vagas no major, na IEM Winter e se garantindo na IEM Katowice e na próxima Pro League.
Legenda: Jogadores da equipe de Counter-Strike: Global Offensive da GODSENT — Foto: Divulgação/GODSENT
Outro time que fez bonito foi a paiN, que abriu a temporada vencendo a DreamHack Open January e, ao longo do ano, conseguiu vagas em eventos na Europa e jogou o major. Em contrapartida, a Team One, outro time competindo nos Estados Unidos, teve uma temporada apagada, sem grandes resultados na América do Norte e com dois campeonatos no Velho Continente.
A grande decepção, porém, foi a 00Nation. Depois de terminar a temporada no gosto dos brasileiros, a equipe de Vito "kNg" não renovou com o MIBR e ficou meses em hiato, esperando uma proposta. Em abril, o time se lançou em um projeto independente chamado "O Plano", que quatro meses depois assinou com a recém lançada 00Nation. Apesar do apoio massivo do público, o time não conseguiu colocar em prática o elenco de seis jogadores, não se classificou para o major e não teve grandes campanhas em eventos na Europa. De quebra, o time terminou o ano dispensando os gêmeos Henrique "HEN1" e Lucas "LUCAS1" e contratando Fernando "fer", que também não empolgou e não seguirá no time para o ano que vem.
Outro time que não empolgou a torcida foi o MIBR. Sem renovar com o time de kNg, a organização começou a temporada sob muitas críticas do público e apostou na antiga BOOM. Começando o ano com participações em eventos na Europa, o time venceu o primeiro RMR sul-americano, mas depois viu equipes como Sharks e Bravos se aproximando de seu nível e ameaçando sua dominância em solo nacional. A equipe acabou perdendo a vaga sul-americano no major e terminou o ano em reformulação, mudando três jogadores e testando formações para 2022.
Em solo nacional, o cenário foi de equilíbrio, com a Paquetá largando bem na temporada e Bravos e 9z também fazendo bonito. Ao fim, porém, quem sorriu foi a Sharks - mesmo com um ano de poucos títulos, foi a equipe que ficou com a única vaga latina no mundial.
O ano de 2021 também marcou o retorno das competições presenciais. Mesmo que a maioria ainda não tenha contado com presença de público, finalmente os melhores jogadores do mundo voltaram a se enfrentar presencialmente em eventos como a IEM Cologne e a BLAST Global Final.
O grande destaque, porém, ficou para o PGL Major Stockholm. O campeonato aconteceu tanto em um hotel quanto na Avicii Arena em Estocolmo, na Suécia. A reta final da competição foi vista por cerca de 14 mil presentes e não há notícias de surtos de Covid-19.
Os protocolos de segurança adotados pelas organizadoras foram, na maior parte do tempo, eficientes. Exceções aconteceram, por exemplo, na IEM Cologne, quando jogadores da Heroic e da Team Spirit testaram positivo e tiveram de ficar de quarentena.
No Brasil, alguns presenciais também foram realizados, como as finais da Grrrls League, da WESG e, mais recentemente, a grande decisão do CBCS Finals.
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