Novak Djokovic não poderá jogar em Roland Garros caso não apresente o comprovante de vacinação contra Covid-19. No domingo, o parlamento francês aprovou lei que exige o certificado da vacina para circulação em locais públicos, inclusive estádios e ginásios esportivos.
Nesta segunda-feira, o Ministério do Esporte da França afirmou que não haverá abertura para exceções. Djokovic foi deportado da Austrália após a Justiça local manter o cancelamento do visto do tenista sérvio por não ter se vacinado.
- A regra é simples. O passe de vacina será imposto, assim que a lei for promulgada, nos estabelecimentos que já estavam sujeitos ao passe de saúde. Isso se aplica a todos que são espectadores ou esportistas profissionais. Isso vale até novo aviso. Agora, ainda que haja uma preocupação, Roland Garros é em maio. A situação pode mudar até lá e nós esperamos que seja mais favorável. Então, vamos ver. Mas claramente não haverá exceção – disse o Ministério, em comunicado.
Pelas leis de imigração da Austrália, Djokovic não poderia voltar ao país pelos próximos três anos após ter seu visto cancelado. O Primeiro-Ministro, Scott Morrison, porém, afirma que o sérvio, de 34 anos, poderia ser autorizado a voltar sob “as circunstâncias certas”.
- A proibição se estende por um período de três anos, mas há a oportunidade de eles retornarem nas circunstâncias certas e isso seria considerado – disse, em entrevista a uma rádio australiana.
Durante o julgamento, o advogado do governo australiano Stephen Lloyd argumentou que a presença de Novak Djokovic na Austrália poderia influenciar outras pessoas por se tratar de uma celebridade. Na visão de Lloyd, o tenista "com ou sem razão", está endossando uma visão antivacina.
Ainda de acordo com o advogado, o ministro da Imigração, Alex Hawke, não precisa esperar evidências de que Djokovic esteja influenciando as pessoas para cancelar o seu visto, bastando apenas que exista esse risco.
A defesa do número 1 do mundo afirma que Djokovic não fez campanha contra a vacinação apesar de ter se posicionado publicamente contra a obrigatoriedade da vacina contra a Covid. A imunização é um requisito para a participação no Aberto da Austrália, mas o tenista conseguiu uma autorização de exceção médica concedida pelos organizadores do Grand Slam por ter sido infectado pelo coronavírus em dezembro.
No julgamento deste sábado, os advogados de Djokovic alegaram que o ministro australiano não considerou as consequências do cancelamento do visto do tenista. O representante do governo australiano respondeu afirmando que Alex Hawke estava ciente de tudo que sua decisão poderia acarretar, principalmente a respeito dos ativistas antivacina. Stephen Lloyd acrescentou que o ministro também estava ciente das consequências caso não cancelasse o visto de Novak Djokovic.
A audiência, que ocorreu no Tribunal Federal da Austrália, em Melbourne, chegou a ser interrompida por uma hora para que os presentes pudessem almoçar. Antes da paralisação, no entanto, os representantes dos dois lados (Djokovic e governo australiano) fizeram a exposição dos seus argumentos. Enquanto a defesa do tenista lutava para que o visto fosse restabelecido, as autoridades da Austrália defendiam o seu cancelamento, assim como o banimento do sérvio do Australia Open e a sua deportação do país.
Vale destacar que na última quarta-feira, o sérvio admitiu não ter cumprido isolamento após testar positivo para a Covid e que houve um erro no preenchimento do formulário apresentado na imigração. Além disso, a revista alemã Der Spiegel levantou suspeitas sobre os exames do tenista.
O Australia Open seguirá sem o número 1 do mundo, que será substituído por um "lucky loser" (perdedor sortudo), que é um tenista que foi derrotado no qualificatório do torneio, mas que irá herdar essa vaga que se abriu por conta da eliminação de Novak Djokovic. A organização do torneio ainda não comentou publicamente a decisão da justiça australiana.
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