O Sindicato de Policiais Penais de Minas Gerais (Sindppen) denuncia abusos e agressões a participantes de um curso que está sendo realizado desde o início do mês em Belo Horizonte e na Região Metropolitana.
De acordo com a entidade, o treinamento é voltado para profissionais que já fazem parte dos quadros da Polícia Penal de Minas Gerais e querem atuar no Comando de Operações Especiais (Cope).
Segundo o diretor-executivo do Sindppen, Patrick Castro, em 3 de janeiro, 126 policiais penais iniciaram o curso, mas agora menos de 20 seguem no treinamento.
“Muitos estão desistindo pela forma que está sendo conduzido o curso, pela forma vexatória que estão sendo tratados”, disse.
De acordo com Castro, há denúncias de agressões físicas e psicológicas e relatos de servidores que apanharam com bambu e corda.
"Um colega está com hematomas nas pernas e nádegas", afirmou. Fotos também mostram machucados na mão que teriam sido provocados pelo treinamento.
Ainda de acordo com o sindicato, o curso chegou a ser suspenso na semana passada por causa de um foco de casos de Covid-19.
Segundo o diretor-executivo, as denúncias devem ser levadas também ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública disse que tomou conhecimento das imagens que circulam nas redes sociais e que será apurada a veracidade das informações.
“Também já foi solicitada a abertura de investigação para apurar possíveis excessos cometidos ao longo do curso em questão, bem como a responsabilização daqueles que eventualmente veiculam imagens inverídicas”, afirmou.
Até a última atualização desta reportagem, a pasta não havia respondido sobre a suspensão das aulas por causa de casos de Covid-19.
A denúncia do Sindppen foi feita na mesma semana em que veio à tona outro caso envolvendo curso de treinamento de integrantes da segurança pública de Minas.
Vídeos que circulam na internet mostram policiais militares agredindo colegas que participavam de um curso do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), em Belo Horizonte.
Segundo a Polícia Militar (PM), os vídeos foram registrados em outubro do ano passado, mas somente agora o comando da corporação tomou conhecimento da situação.
Neste domingo (23), uma investigação foi aberta e dez militares que participaram do planejamento e execução do curso, entre praças e oficiais, foram afastados das atividades de docência.
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