A senadora Soraya Thronicke, esperada primeira presidente regional do União Brasil, legenda surgida da fusão do PSL com o DEM, afirmou ter convidado, em recente almoço, a ministra Tereza Cristina (Agricultura) a seguir no DEM e, assim, integrar a nova sigla e disputar a vaga ao Senado pelo partido.
Soraya, que comanda o PSL-MS, disse ainda que, caso houver interesse na nova sigla, quer arregimentar o máximo possível de aliados vindos do Democratas.
Ela foi acusada de incitar uma assessora a questionar as atitudes de Tereza e do senador Nelsinho Trad (PSD) quanto ao apoio dado ao presidente Jair Bolsonaro (PL) até o momento.
Contudo, ao ser perguntada pela reportagem sobre eventuais novos correligionários recebendo a mesma hospitalidade ofertada à ministra – no caso, os deputados estaduais Barbosinha e Zé Teixeira –, ela foi direta.
“Sim, todos os membros do Democratas terão o mesmo tratamento no União Brasil, caso queiram permanecer na nova sigla. Queremos realmente unir pessoas capacitadas para trabalhar pelo nosso Mato Grosso do Sul”, frisa.
A senadora afirma ainda que a intenção do União Brasil é a de lançar candidatura própria na disputa pelo governo de Mato Grosso do Sul, tendo planos A, B e C para concorrer ao cobiçado cargo.
Além dos dois deputados estaduais do DEM, o União Brasil tem chances de recrutar o deputado estadual Capitão Contar e os deputados federais Loester Trutis e Luiz Ovando, que ainda não disseram qual legenda devem seguir. Ambos são do PSL e especula-se que devam trocar de sigla em breve.
Já na disputa pelo governo estadual, o nome desejado e em primeiro plano é o da deputada estadual Rose Modesto, que está no PSDB desde 2007 e ameaça deixar a legenda desde 2020, quando não conseguiu viabilizar sua candidatura à Prefeitura de Campo Grande.
O PSDB decidiu apoiar a reeleição do atual prefeito Marquinhos Trad (PSD), causando insatisfação.
Desde então, Rose oscila e recebe flertes de outros partidos, como é o caso do Podemos, que abriga vários de seuas aliados, e agora do União Brasil. Embora haja discórdia, nenhum integrante do comando do PSDB trata o assunto publicamente ou demonstra interesse em convencer a parlamentar a desistir da ideia da desfiliação.
CHAPA FEMININA
Além de uma candidata a governadora encabeçando a chapa, é plano de Soraya contar com uma mulher para o Senado: é aí que entra Tereza Cristina.
“Nosso propósito é concorrer com fortes candidatos e candidatas nas disputas por mandatos na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados”, destaca, completando que candidaturas de mulheres serão priorizadas.
Para convencer os nomes fortes da política sul-mato-grossense a seguirem próximos do União Brasil, a senadora indica que usará argumentos básicos para isso: a sigla terá o maior tempo de TV nas eleições em outubro, além de possuir a maior fatia do Fundo Eleitoral disponível atualmente.
Rose e Tereza têm até o início de abril para definir se aceitam ou não a proposta da senadora. Se não concordarem, segundo Soraya, o União Brasil tem um “segundo ou terceiro plano”. Contudo, eles ainda não são revelados por ela.
CASO DE POLÍCIA
Duas semanas atrás, circulou pelas redes sociais e a imprensa um áudio em que a senadora, em diálogo com alguém não identificado, questiona a ministra Tereza e o senador Nelsinho Trad, sobre o que eles estariam fazendo pela reeleição do presidente Bolsonaro.
No caso, o áudio vazado deixa a entender que a ministra e o senador pouco estariam agindo pela reeleição e a “única cobrança” teria recaído sobre Soraya.
A senadora disse que o áudio vazado seria uma fraude, fake news, e procurou a Polícia Federal (PF), onde registrou uma notícia-crime. Ela crê que o áudio foi produzido por alguém interessado em atingi-la politicamente. A denúncia foi protocolada na PF e no Ministério Público Federal (MPF).
Soraya chegou a anunciar, no ano passado, que encabeçaria um projeto para ser candidata ao governo sul-mato-grossense neste ano, porém, recuou para fazer composição partidária.
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