“Não disse que não sou candidato”, advertiu o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), ontem, ao ser questionado pela reportagem do Correio do Estado sobre seu posto no próximo pleito eleitoral, logo depois da cerimônia de abertura do ano legislativo na Assembleia Legislativa de MS.
Se postular mandato, ele pode concorrer à vaga de deputado estadual, de deputado federal ou de senador.
Ao mesmo tempo que se recusa a dizer que não é concorrente a mandato nenhum em outubro, Reinaldo sustenta que vai debater política no âmbito das eventuais candidaturas, incluindo a dele, somente em abril. Ou seja: hoje, em tese, não ambiciona enfrentar o pleito, mas segue no jogo eleitoral.
Já no discurso oficial para deputados estaduais e demais autoridades presentes, o governador destacou que seus feitos nos dois mandatos – contas saneadas e solidez fiscal que trouxe sucesso na execução orçamentária, entre outros – ocorreram graças ao empenho de seus secretários e da parceria do Executivo com a Assembleia Legislativa.
“Entrego a esta Casa o documento-síntese do trabalho realizado no ano de 2021 e assumo o compromisso, com cada cidadão, de trabalhar em 2022 como se estivesse começando o nosso mandato. Nossos esforços continuarão plenos até o último dia do nosso governo”, disse Reinaldo em trecho de seu discurso.
Quem lê essa parte da fala do tucano pressupõe que ele vá cumprir expediente no Parque dos Poderes, onde fica o gabinete do governador, até 31 de dezembro, último dia de seu segundo mandato.
Antes de discorrer sobre as finanças do governo, Reinaldo pediu para expor os dados financeiros na tribuna do plenário. Ele estaria “com saudades” do ambiente parlamentar. O governador foi deputado estadual de 2007 a 2010.
No fim da solenidade, em coletiva de imprensa, o Correio do Estado perguntou a Reinaldo se ele estaria também com saudades da Câmara dos Deputados, onde cumpriu mandato de deputado federal de 2011 a 2014.
Reinaldo repetiu que sentia falta das “amizades e do parlamento”, mas acrescentou que isso não queria dizer que o assunto tinha a ver com sua candidatura.
Na sequência, outra questão ao governador: por que não se candidataria? Daí que o governador cravou como resposta: “Não disse que não sou candidato. Isso [probabilidade] a gente vê lá em abril”.
Pelas combinações até agora, o PSDB de Reinaldo aproxima-se da ministra Tereza Cristina, que lidera o DEM, mas ainda não definiu a sua futura legenda, já que o partido vai se fundir com o PSL e se transformar no União Brasil, causando alguns desacordos.
Entre os postulantes a nova casa de Tereza estão o PL, de Bolsonaro, e o PP.
Mesmo assim, comenta-se entre os parceiros do governador que, a convite de Reinaldo e o do secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel, pré-candidato do PSDB ao governo, Tereza disputaria a vaga do Senado com o apoio dos tucanos, independentemente da sigla defendida.
MARQUINHOS
Outro que aproveitou a abertura do Legislativo, mas o municipal, para falar de eleições foi o prefeito Marquinhos Trad (PSD).
Ele confirmou que abdicará da prefeitura em abril para concorrer ao governo, conforme antecipado na edição de ontem do Correio do Estado. Assim, o cargo ficará com a vice, Adriane Lopes.
Deadline: abril
Reinaldo Azambuja tem até 2 de abril para decidir se concorre a uma vaga de deputado ou senador. Essa é a data-limite para integrantes do Executivo se descompatibilizarem do cargo e não quebrarem a lei eleitoral vigente.
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