O texto de "Pantanal", assim como em todo remake, está passando por atualizações necessárias para dialogar com as novas gerações. Entre elas, há um destaque para a retirada das passagens homofóbicas que marcaram o folhetim da TV Manchete em 1990.
De acordo o Notícias da TV, para evitar que a nova versão seja cancelada na internet. As alterações envolvem a história do protagonista Jove (Jesuíta Barbosa) e o tratamento dado a Zaquieu, mordomo e peão gay vivido por Silvero Pereira. O objetivo é mudar o "tratamento gay" que a novela deu para esses personagens há 32 anos.
Agora, com a sociedade se comportando de outra forma, Joventino não será visto como gay pelo pai e Zaquieu, o peão gay, receberá apoio.
Segundo apurado pelo site, uma sequência polêmica não existirá em 2022. Trata-se do momento em que Jove conhece Juma (Allanis Guillen) e, ao voltar para o Rio de Janeiro com a nova paixão, o mocinho se torna alvo de uma vingança de sua ex-namorada Nalvinha, que inventa e espalha para amigos e toda a alta sociedade que ele é gay. Na versão original, a personagem usou o termo "bichona louca" para atingir o protagonista. A cena foi eliminada pela Globo.
Zé Leôncio, agora interpretado por Marcos Palmeira, também tinha um olhar homofóbico sobre seu filho Jove na novela da TV Manchete. Vendo ele como um moço da cidade, o pai desconfiava de sua sexualidade e rejeitava o filho, considerando-o "afeminado demais". Na Globo, a sexualidade de Jove não será colocada "em cheque" por Zé e o climão entre os dois se dará apenas pelas diferenças culturais entre o homem do Pantanal e o garoto do Rio de Janeiro.
Além disso, o mordomo Zaquieu, que se tornará peão do Pantanal, não vai mais sofrer com piadas homofóbicas no texto. A novela pretende mostrá-lo como um homem assumidamente gay e seus percalços com o preconceito da sociedade. No remake, ele será defendido pelas pessoas que, na versão original, riam de sua cara. O preconceito será retratado através de personagens que não são do convívio do mordomo e do vilão Tenório, interpretado por Murilo Benício.
A inteção da Globo é fazer uma "reparação histórica".
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