Um grupo de 70 pecuaristas fez acordo com o frigorífico Golden Imex, em Paranaíba, a 408 quilômetros da Capital, para receber mais de R$ 10 milhões referentes a cabeças de gado fornecidas à empresa. O frigorífico que pertence a grupo iraniano anunciou o fechamento e demissão de 350 funcionários há pouco mais de duas semanas.
Já foram firmados também acordos com outros produtores, que receberam a primeira parcela dos valores, segundo o advogado do frigorífico, Diego Natanael.
O advogado não informou o número exato de pecuaristas que esperam pagamento, mas disse que cerca de 137 produtores faziam negociações com a empresa. Para fazer acordo, “deve restar por volta de 30”, segundo Diego.
“É importante frisar que mesmo com todas as adversidades, os funcionários receberam seus salários no último dia 1º e muitos pecuaristas já receberam a primeira parcela dos acordos que celebraram”, detalhou o advogado.
Apesar dos acordos, pecuaristas seguem fazendo vigilância em frente ao frigorífico para garantir que as carnes não sejam retiradas do local.
Eles acreditam que o produto pode ser usado em pagamento de ação judicial futura, caso o frigorífico não cumpra o acordo, segundo o advogado Fredson Freitas, que representa 70 pecuaristas em ação de R$ 10 milhões.
Ele tem clientes que devem receber quantias de R$ 40 mil a R$ 1 milhão. “O processo fica suspenso até o cumprimento do acordo. O montante será pago com uma entrada de 35% que deve ser depositada na próxima segunda-feira (11) e seis parcelas. Satisfeitos mesmo os produtores não ficaram, porque foi um grande transtorno, muitas despesas, mas diante do problema que existe, se for cumprido, estará resolvido”, comentou o advogado.
Na primeira reunião, pecuaristas ficaram aborrecidos e um deles informou que o frigorífico chegou a apresentar proposta de pagamento em 24 parcelas, mas sem firmar compromisso.
"Foi uma proposta indecente e sem garantia", disse o produtor Gilmar Macedo, que participou da reunião no dia 24 de março, na sede da ACIP (Associação Empresarial de Paranaíba).
Bloqueio - No momento, estão bloqueados pela Justiça bens móveis e imóveis no valor de R$ 10 milhões do grupo iraniano que comanda o frigorífico.
O bloqueio, que inclui as carnes, segue até o pagamento da primeira parcela, segundo Fredson. O advogado disse que ainda tem sido procurado por outros pecuaristas interessados em negociação para receber pagamentos.
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