As últimas semanas não tem sido nada fáceis para a Família Tribuna Popular. Na semana passada perdemos o seu Oswaldo Possari, um ‘pai postiço’ para o meu pai, um dos maiores empresários do estado e um dos pilares que ajudaram a erguer a estrutura que temos hoje. E neste domingo, infelizmente, fomos surpreendidos com a partida de um excelente profissional e também um dos responsáveis por fazer o nome do nosso jornal, perdemos Antônio Carlos Souza, o Toninho para alguns, o Tonho para mim.
Vítima de diversas complicações de saúde, eu presenciei a luta diária do Tonho nos últimos dias, acompanhando de perto ele no HR e passando informação aos familiares que não podiam estar presentes aqui em Campo Grande. Para mim, não foi nenhum sacrifício, já que nunca enxerguei ele de outra forma que não fosse o meu irmão mais velho, que sempre esteve presente nas principais conquistas da minha vida, desde o primeiro beijo num carnaval, até a primeira multa de carro. Afinal, é isso que um irmão mais velho faz, te acompanha e te orienta nas conquistas e nos perrengues. Não faz 30 dias, a gente estava em casa, aqui em Campo Grande, comendo um macarrão com charque em um domingo avulso. Foi com muito espanto e tristeza que recebi a primeira notícia, de que o Tonho estava internado no hospital devido aos seus problemas de saúde, fui assim que eu consegui para o HR saber como estava o meu “maninho”, e não foi fácil ver um homem que tanto admiro naquela situação.
O Tonho sempre esteve presente na nossa vida, muito além de fotógrafo do jornal e um coringa do meu pai para qualquer tarefa, ele sempre foi um membro da família, já nasci com ele presente no nosso dia-a-dia. O lado bom é que mesmo com tudo que eu vi nos últimos dias, todas as minhas memórias com ele são boas, não há uma lágrima sequer em nenhuma delas.
Sempre debochado e me chamando carinhosamente de “chico pança” (já que sempre fui gordinho), todos os nossos encontros foram agradáveis, fartos de comida, bebida e sorrisos. Das visitas do ‘primo rico’ em Campo Grande e das nossas noites de rei do camarote na Valley, até as costeladas com meus amigos aqui em casa, compartilhamos somente bons momentos e que nunca serão esquecidos, pois sei que cada um deles foi único.
Raramente escrevo, pois não sou muito bom com as palavras, mas hoje quem digita não são minhas mãos, mas o meu coração. Meu pai, minha mãe e minhas irmãs partilham deste mesmo sentimento e sei que embora nossas lembranças sejam diferentes e vividas cada qual com a sua intensidade, o nosso amor pelo Tonho é de igual tamanho.
Sei que o Álvaro Pai queria poder expressar todo o sentimento que ele tem pelo Toninho, porque mais do que um irmão pra mim, ele foi sem dúvidas um filho para o meu pai. Começou com 10 anos de idade a ajudá-lo e nunca mais parou. Eu não vivi essa época, mas sei que nossos pais eram muito próximos e que após a partida do pai do Tonho, o meu se viu no compromisso de ajudar à sua família, e assim sempre o fez.
Fico triste e vou lamentar sempre não ter mais você na minha vida e não poder compartilhar mais das minhas conquistas e das minhas vitórias, mas sei que onde quer que você esteja, vai estar sempre torcendo por mim e cuidando da nossa família.
Jamais esqueceremos você e falo em nome de toda a Família Pereira ao dizer o quanto te amamos e sentiremos sua falta. Sei que um dos seus combústiveis diários nessa luta era o seu filho Gabriel, assim como o compromisso que nossos pais fizeram, eu faço o meu aqui, de sempre estar por perto quando ele precisar. Vá em paz e que Deus te receba de braços abertos. Te amo meu irmão mais velho, adeus Tonho!
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