Sul-mato-grossenses registraram o raro fenômeno da Lua de Sangue “triplamente especial” na noite de domingo e madrugada desta segunda-feira (16) por todo o Estado. Anunciado pelo Observatório Nacional, o evento celeste foi visível em todo o Brasil.
Por acaso, o fotógrafo Franz Mendes, de 46 anos, voltava da ExpoAgro de Dourados, a 233 km de Campo Grande, quando recebeu a ligação de uma sobrinha do Paraná pedindo para que ele fizesse fotos da Lua. “Na correria do evento, eu nem tinha olhado a Lua, quando ela me ligou eu estava com a câmera na região central da cidade, por volta das 23h55, e consegui fazer as fotos”, disse.
Fotógrafo desde 1999, ele exibiu com orgulho as fotos em suas redes sociais e contou que além da sobrinha, muitos moradores da cidade mandaram mensagem avisando sobre o evento lunar. “Até o homem que me atende na farmácia já tinha me mandado mensagem avisando”, fala.
No Instagram, as fotos de Mendes viraram até tema da poesia. A professora e poeta Gicelma Chacarosqui escreveu:
Da cidade de Naviraí, a 366 km de Campo Grande, o professor de Artes Juliano Ferreira, de 41 anos, registrou pelo celular o eclipse, que segundo o Observatório, só ocorrerá novamente em junho de 2029, entre os dias 25 e 26. “Tirei a foto era umas 23h30, estava linda a Lua”, pontuou.
Os eclipses lunares ocorrem quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham. “Quando um corpo extenso, como o Sol, ilumina outro corpo extenso – no caso, a Terra –, ocorrem duas regiões de sombra: a penumbra e a umbra. Quando totalmente escura, sem nenhuma luminosidade, essa sombra é a umbra; quando recebe luz em alguns pontos, a sombra, um pouco mais clara, é a penumbra", explicou a astrônoma Josina Nascimento em entrevista à Agência Brasil.
Especialista do Observatório Nacional também falou sobre o termo Lua de Sangue: "Quando a Lua entra na sombra da penumbra, começa o eclipse penumbral; quando está totalmente na penumbra, é o eclipse penumbral. Quando começa a entrar na umbra, é o eclipse parcial. Quando a Lua está totalmente mergulhada na umbra, é o eclipse total, e ela toma uma cor avermelhada belíssima. Por isso, é chamada de Lua de Sangue.”
O eclipse foi apelidado de “triplamente especial” por ter sido um eclipse total da Lua, totalmente visível em todo o Brasil, de Norte a Sul; de Leste a Oeste. O Brasil inteiro viu o eclipse do início ao fim, em todas suas fases, na sequência penumbral, parcial, total, e depois retornando à parcial e à penumbral.
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