O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump tentou ligar para um membro da equipe de apoio da Casa Branca que está conversando com o comitê seleto da Câmara que investiga o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, disseram à CNN duas fontes familiarizadas com o assunto.
O funcionário de apoio não era alguém que se comunicava rotineiramente com o ex-presidente e estava preocupado com o contato, segundo as fontes, e informou seu advogado.
A ligação foi feita depois que a ex-assessora da Casa Branca de Trump, Cassidy Hutchinson, testemunhou publicamente ao comitê. O funcionário da Casa Branca estava em condições de corroborar parte do que Hutchinson havia dito sob juramento, segundo as fontes.
A CNN foi informada sobre a posição da testemunha que Trump tentou ligar, mas não seu nome.
A revelação inicial sobre o telefonema de Trump foi feita em um momento dramático no fim da audiência de terça-feira (12) pela vice-presidente do comitê, Liz Cheney. A representante republicana de Wyoming revelou que o ex-presidente “tentou entrar em contato” com uma testemunha não identificada na investigação do comitê.
Cheney disse que a testemunha “se recusou a responder” à ligação de Trump e, em vez disso, alertou seu advogado. O comitê forneceu essa informação ao Departamento de Justiça. “Vamos levar muito a sério qualquer esforço para influenciar o depoimento de testemunhas”, disse Cheney durante a audiência.
Um porta-voz de Trump não respondeu a um pedido de comentário.
O deputado Pete Aguilar, um democrata da Califórnia que atua no comitê, disse à CNN na terça-feira que o indivíduo que o ex-presidente tentou ligar está em contato com o painel.
“O próprio Trump ligou para alguém que está conversando conosco”, disse Aguilar.
O deputado democrata do Mississippi, Bennie Thompson, presidente do comitê, disse à CNN na quarta-feira (13) que a tentativa de Trump de entrar em contato essa testemunha era preocupante o suficiente para levá-la ao Departamento de Justiça.
“Do meu ponto de vista, é altamente incomum fazer isso, e é por isso que colocamos nas mãos do Departamento de Justiça, para que tomem essa decisão”, disse Thompson, quando perguntado se o ato de Trump era evidência suficiente para determinar uma tentativa de intimidação de testemunha. “Estamos preocupados com a segurança das testemunhas.”
Esta não é a primeira vez que o comitê levanta preocupações sobre possíveis adulterações de depoimentos de testemunhas.
“Este tem sido um padrão contínuo e estamos tentando enviar a mensagem de que adulteração de depoimentos de testemunhas é um crime nos Estados Unidos. As pessoas não devem se aproximar de testemunhas para tentar fazer com que alterem seu depoimento”, disse o deputado democrata de Maryland. Jamie Raskin, que atua no painel, à CNN na terça-feira.
No final da audiência com Hutchinson no mês passado, Cheney trouxe dois exemplos de possível intimidação de testemunhas sem revelar nomes ou quem havia feito contato. Fontes disseram à CNN que ambos os casos relatados por Cheney foram direcionados a Hutchinson, que acredita que as mensagens pretendiam influenciar seu testemunho.
Em um caso, a representante disse que uma testemunha recebeu uma ligação em que alguém disse: “(Uma pessoa) me avisou que você tem seu depoimento amanhã. Ele quer que eu deixe você saber que está pensando em você. Ele sabe que você é leal, e vai fazer a coisa certa em seu depoimento.”
Várias fontes relataram à CNN que a testemunha em questão era Hutchinson e a “pessoa” mencionada na mensagem era o ex-chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows.
Ben Williamson, porta-voz de Meadows, negou que ele ou qualquer pessoa em sua equipe tenha tentado intimidar Hutchinson ou influenciar seu testemunho.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
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