Em busca do tricampeonato, a seleção francesa, atual campeã mundial, estreia hoje. A caminhada do time de Didier Deschamps no Catar começa contra a Austrália, às 15h (de MS), no estádio Al Janoub. As duas seleções estão no Grupo D, com Tunísia e Dinamarca.
Durante a preparação para esta Copa do Mundo, a França sofreu algumas baixas importantes, como os meio-campistas N’Golo Kanté e Paul Pogba, mas a maior de todas as perdas ocorreu já no Catar, com a lesão de Karim Benzema, vencedor da Bola de Ouro deste ano.
Sem o atacante do Real Madrid, o treinador francês já avisou que Olivier Giroud, 36 anos, será o titular contra os australianos.
“Ele está conosco há muito tempo e é um atacante muito útil pela sua maneira de jogar. Mesmo que não marque, é importante”, declarou o comandante.
Giroud terminou a Copa do Mundo de 2018 com uma estatística rara para um atacante da seleção que foi campeã. O francês não marcou nenhum gol e sequer teve uma finalização certa atuando nos setes jogos, sendo seis como titular.
Mesmo assim, é considerado pelo técnico Didier Deschamps como uma peça importante para o elenco. Tanto que está no Catar, convocado para seu terceiro mundial. Ele estreou em 2014, no Brasil, onde marcou uma vez na goleada contra a Suíça, por 5 a 2.
É curioso, no entanto, que, mesmo com somente um gol em 12 jogos de Copas, o atacante poderá deixar o Oriente Médio como o maior artilheiro da história da seleção francesa. Com 49 gols, está a apenas dois de empatar com Thierry Henry, o líder do ranking.
Com a lesão que tirou Benzema, espera-se que ele consiga fazer isso. Não só pela marca pessoal, mas para ajudar os franceses a repetir algo que só aconteceu duas vezes na história das Copas do Mundo, com uma seleção ganhando dois títulos seguidos.
Somente Itália (1934 e 1938) e Brasil (1958 e 1962) conseguiram isso. Se entrar para essa lista, a França se torna tricampeã mundial.
Benzema não deve ficar muito animado com a ideia. Em 2020, em um período em que estava afastado da seleção, ele participou de uma live do youtuber francês Mohamed Henni, quando foi incitado a fazer uma comparação entre ele e Giroud. A resposta foi polêmica.
“A resposta vai ser rápida. Não se confunde a F1 com a corrida de kart. E estou sendo gentil. E sei que eu sou a F1”, disse o atacante, que tem 37 gols pela França.
Benzema completou dizendo, ainda, que “ele [Giroud] não vai ser espetacular, não vai ser uma loucura, mas, do seu jeito, você vai ver mais o Griezmann e o Mbappé, e isso porque o Giroud faz o trabalho pesado”.
A resposta de Giroud foi seca e direta. “Sou kart, mas com uma Copa do Mundo”, afirmou, em referência ao título de 2018.
Atualmente vestindo a camisa do Milan, o jogador, que tem a confiança do treinador, vive uma boa fase. É o artilheiro da equipe italiana na temporada, com 9 gols.
A antiga polêmica criada por Benzema faz parte de uma série de pequenos atritos que, segundo a imprensa francesa, ele costuma criar no vestiário com seus companheiros.
Por isso, veículos como o L’Équipe, por exemplo, escreveram que, apesar do corte do atacante engrossar a lista de baixas do time francês, a ausência dele também pode deixar o clima mais leve para os atuais campeões mundiais.
É tudo o que eles mais precisam agora para superar os problemas que se acumularam ao longo da preparação para o mundial. Além de Benzema, Pogba, Kanté, Kimpembe e Nkunku também tiveram problemas físicos que os impediram de jogar.
Mesmo assim, a França terá um time forte, liderado sobretudo por Mbappé, com remanescentes importantes da última conquista, como Griezmann.
Até por isso Deschamps optou por não chamar mais ninguém para a vaga de Benzema. No Catar, o elenco francês terá 25 atletas à disposição do técnico. “Estou convencido de que o elenco é forte o suficiente com 25 atletas”, disse.
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