Colônia Paraguaia debate turismo e cultura da rota na Capital

O turismo será um dos primeiros segmentos a beneficiar-se com a implantação do projeto da Rota Bioceânica – Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, países envolvidos no empreendimento que busca integrar comercialmente os oceanos Atlântico e Pacífico por rodovia. A médio prazo, profundas mudanças acontecerão em Mato Grosso do Sul, especialmente em Porto Murtinho e Campo Grande.

Os estudos que vem sendo realizados, e apontaram essa conclusão, mostram que tem todo sentido realizar na Capital do Estado, no próximo dia 13, o I Encontro Turístico-Cultural Brasil Paraguai. Vai ser um dia cheio de novidades, de confraternização artística, cultural e do turismo, na sede da Colônia Paraguaia, com palestras que darão uma visão de Campo Grande, de Porto Murtinho e do Paraguai em relação a esse novo cenário de desenvolvimento. Apontando caminhos, mostrando necessidades, oportunizando certamente, ricos debates e conversas que buscarão soluções e rumos.

Rota Turística

Uma rota turística, para brasileiros e paraguaios, já está planejada, envolvendo Campo Grande e Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, e Carmelo Peralta e mais três cidades do Paraguai situadas na região que concentra as colônias Menonitas, em pleno Chaco Paraguaio. A rota também integra cidades como Assunção e Concepcion, retornando ao Estado por Ponta Porã ou Bela Vista.

Sobre essa rota, todos os detalhes serão apresentados pelo organizador do evento, Ricardo Zelada, diretor cultural da Colônia Paraguaia sediada na Capital de MS. Ele destacou que as três cidades que formam a Colônia Menonitas – Loma Plata, Filadelfia e New Land – são cidades pequenas, com populações que variam entre 25 a 30 mil habitantes cada, mas são economicamente fortes, concentrando laticínios e frigoríficos e um trabalho forte em cooperativas de produtores locais.

Conforme Ricardo Zelada, o objetivo agora é fomentar o interesse tanto de paraguaios em conhecer Porto Murtinho, Campo Grande e outras cidades de MS, e brasileiros em visitar o Chaco Paraguaio e a capital do Paraguai, que, em 2024, estará completando 500 anos.

Qual o cenário?

O doutor em Desenvolvimento Local, professor de Turismo na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Thiago Andrade Asato, vai abordar no evento o tema “Possibilidades de Turismo na Rota Bioceânica”. Thiago é autor da primeira tese de doutorado envolvendo o turismo entre os pesquisadores dos quatro países da Rota Bioceânica, em

“O objetivo do trabalho foi demonstrar o potencial turístico da rota para o desenvolvimento do território sul-mato-grossense e dos demais países que a compõem. Entrevistei atores institucionais comerciais, acadêmicos e políticos dos quatro países questionando as possibilidades, desafios e enfrentamentos a partir da iniciativa desse novo caminho”, explicou.

A ponte binacional sobre o Rio Paraguai (entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta), naquele momento, parecia ser a principal lacuna. Porém, hoje já é uma realidade e tem data marcada para terminar, segundo as informações, no final de 2024 ou início de 2025. Especialmente do lado paraguaio, a obra está adiantada e no lado brasileiro também caminha dia a dia, sobre a responsabilidade da Itaipu Binacional.

O professor destaca que há singularidades turísticas na rota, além da questão cultural. Algumas delas: o Chaco Paraguaio, as Salinas na Argentina e o Deserto do Atacama, no Chile, bem como outros destinos indutores que se beneficiarão da rota, como o Salar de Uyuni, na Bolívia, e Bonito e Pantanal, em Mato Grosso do Sul.

Outros palestrantes

Estão sendo aguardadas com grande expectativa, também, palestras como a do secretário de Turismo de Porto Murtinho, Clayton Castilho Gomes, que é economista, com especialização em Gestão de Políticas Públicas do Turismo. Ele abordará o tema “Turismo em Porto Murtinho” e, certamente, responderá muitas perguntas dos participantes, especialmente das autoridades e técnicos paraguaios que estarão presentes.

Outra palestra que deverá atrair muita atenção será “Influências das Tradições Culturais Paraguaias em Mato Grosso do Sul”, que será ministrada por Priscila Palhanos, professora de História, pós-graduada em Metodologia do Ensino de Geografia pelo Unitoctum, mestre em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) com a temática “Aspectos culturais dos paraguaios em Campo Grande/MS”.

E também a do superintendente de Turismo da prefeitura de Campo Grande, Wantuyr Tartari, que abordará “Turismo em Campo Grande”. Wantuyr atua há 24 anos na gestão pública de Campo Grande, em especial ao turismo. Em 2018, recebeu o Troféu Nacional Mérito & Talento (2018), promovido pela Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo. O superintendente tem realizado um trabalho muito afinado com a iniciativa privada.