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Alvos de violência, moradores comemoram operação em condomínio invadido

Desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, 321 agentes da segurança pública estão no condomínio

06/06/2023 às 11h09
Por: Tribuna Popular Fonte: Campo Grande News
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 - Movimentação na rua do condomínio, na manhã desta terça-feira. (Foto: Henrique Kawaminami)
- Movimentação na rua do condomínio, na manhã desta terça-feira. (Foto: Henrique Kawaminami)

Apesar de acordarem assustados com helicóptero e sirene, moradores do entorno do condomínio conhecido como "Carandiru" comemoram a operação policial na manhã desta terça-feira (6). Denominada "Abre-te Sésamo", a ação cumpre buscas no condomínio e também já há registro de prisões em flagrante. A polícia informou que o local virou um "centro de criminalidade", com registro de venda de drogas, armas e até homicídios.


"Acordamos às 4h com helicóptero e depois vieram as sirenes das viaturas. De primeiro, até achamos que era um avião, mas foi e voltou várias vezes. Em seguida, os policiais começaram a bloquear as entradas do bairro", conta o aposentado Humberto Vilhalva, de 70 anos, que mora há cerca de 15 anos na região.


O condomínio foi invadido há cerca de duas décadas e virou tormento de quem reside no entorno. Os registros de furtos e roubos só aumentam e, junto com eles, o medo e insegurança. "A minha irmã foi roubada duas vezes, uma delas há três meses. Entrou um cara armado, colocou um revólver na cabeça dela e ameaçou de morte. Ele estava se escondendo da polícia e ficou das 11h até 18h a fazendo como refém. Minha irmã está traumatizada até agora", lamenta Humberto.


Em outra ocasião, a irmã do aposentado teve vários pertences levados. "Já levaram máquina de lavar, fogão e ferramentas daqui de casa. Ela já estava querendo vender a casa e ir embora. Uma colega dela até sabe quem comprou as coisas no Carandiru".


Outra moradora, a aposentada Teresa Aparecida Dias, 73, também se assustou com o helicóptero nesta manhã e ao conferir o que estava acontecendo, percebeu que as vias estavam fechadas e os ônibus desviando a rota pela rua onde mora. Ela comemora: "tem muito furto e roubo aqui. Esses dias carregaram a televisão do meu filho e ele logo achou, num matagal, ali do lado do Carandiru. Estava precisando de uma intervenção naquele lugar", pontua.


A operadora de caixa Sirlene Cristaldo, 36, trabalha em um mercado próximo. Ela também comemora a operação. "Aqui tem muito delinquente por conta do Carandiru. No mercado em que trabalho, é o dia todo pedindo comida para trocar por droga, fora que roubam as casas", conta.


Sirlene afirma que o local era um bairro bom. "A gente só anda com medo. Minha mãe mora aqui há mais de 15 anos e era um bairro bom, que eu gostava, mas agora a coisa está feia. Se você passa aqui em frente, vai ter vários usuários de entorpecente durante o dia. Eu assustei quando vi esse monte de viatura, mas acredito que estava precisando mesmo".


A dona de casa Euzete Avilan Gouvêa, 48, mora há 30 anos no bairro e o descreve como "cenário de zumbi". "Aqui tem muito 'noiado' e o cenário é de filme de zumbi. Eles passam a noite toda andando, encontram qualquer brecha para poderem roubar as nossas casas e aparecem na nossa porta oferecendo as coisas que roubam para a gente comprar. Acredito que agora vai ficar mais seguro, isso estava demorando para acontecer", pondera.


Eduardo Ribeiro tem 39 anos, nasceu e cresceu no bairro. "Acho que vai dar uma melhorada, a coisa aqui é feia. O problema é que usam drogas, queimam fio, sempre que você passar vai ter alguém queimando alguma coisa", diz. Outro morador da região afirma que uma intervenção policial é pedido constante. "A gente vem pedindo faz tempo. Eles roubam e levam lá para dentro [do Carandiru]. Espero que resolva", comenta o comerciante Paulo Pedro, 35.


Operação - A PCMS (Polícia Civil de Mato Grosso do Sul) deflagrou a Operação "Abre-te Sésamo", contra criminalidade dentro do "Carandiru" - um condomínio residencial invadido - localizado no Bairro Mata do Jacinto, região norte de Campo Grande.


Segundo a investigação, o local virou um verdadeiro "centro de criminalidade", com registro de venda de drogas, armas e até homicídios.


As ruas ao entorno do condomínio foram fechadas na manhã desta terça e só pode acessar quem é morador ou trabalha na região. Estão envolvidos na ação 321 agentes da polícia, perícia, assistência social, bombeiros e até um helicóptero.


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