O ex-policial militar que participou de ao menos quatro roubos a banco em Mato Grosso do Sul, Leandro Charias, conhecido como “Nego Charia”, está na lista dos presos que seriam resgatados de presídio junto com outros 12 integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e do “Novo Cangaço”.
Investigação do serviço de inteligência da SAP (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária) apurou que, em 7 de maio deste ano, criminosos teriam se reunido no Bairro Capão Redondo, zona sul de São Paulo, para articular o plano de resgate dos 13 assaltantes.
A quadrilha já estaria com fuzis, metralhadoras, pistolas, munições, explosivos e veículos blindados. Eles se deslocariam até Santo Anastácio (SP), distante 25 km de Presidente Venceslau, cidade onde os criminosos que seriam resgatados estão presos.
De acordo com a SAP, o bando agiria em três frentes: uma atacaria o CPI-8 (Comando de Policiamento do Interior-8), em Presidente Prudente, local onde fica o maior efetivo de policiais militares da região. A segunda atuaria contra as forças policiais de Presidente Venceslau. Já a terceira, formada por um número maior de criminosos, invadiria a penitenciária com explosivos e armamentos pesados para executar o resgate.
Além disso, no dia da reunião para planejar o resgate, os presos ligados ao “Novo Cangaço” pediram à direção do presídio para ficarem em um mesmo pavilhão, o que aumentou ainda mais as suspeitas.
Conforme o colunista Josmar Jozino, a investigação também aponta que os envolvidos na execução do resgate já teriam inclusive recebido o pagamento para colocar o plano em prática e todos os meios necessários, principalmente armas e carros blindados teriam sido disponibilizados pelos integrantes do “Novo Cangaço”.
Ex-PM – Leandro foi preso em 25 de setembro de 2020. Na ocasião, ele estava foragido e foi apontado por responsável por roubos e tentativas de furto em agências bancárias, inclusive participou da escavação de túnel para acesso a agência do Banco do Brasil no Bairro Coronel Antonino, em Campo Grande, descoberto em dezembro de 2019.
O túnel tinha cerca de 6 metros e a ideia dos criminosos era chegar sob o cofre da central administrativa da agência, onde ficava boa parte do dinheiro que circula pelas unidades do Banco do Brasil, na Capital. Além da tentativa, ele participou de ao menos quatro roubos a banco em Mato Grosso do Sul, sendo dois à Caixa Econômica Federal. Numa das ações, na agência do Jardim Tijuca, em Campo Grande, foram levados R$ 250 mil.
Em São Paulo, é suspeito de participar de roubos a agências do Banco do Brasil e do Banco Bradesco, entre 2014 e 2016. O ex-PM era procurado há cinco anos, por isso passou a investir nos crimes em outros estados.
Resgatados - Na lista, além de Leandro, aparecem Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda. A Polícia Federal diz que ele participou do roubo de R$ 130 milhões do Banco do Brasil de Criciúma (SC). Marcelo Tadeu Correa, condenado a 63 anos, por roubo de pedras preciosas; Luciano Castro de Oliveira, condenado a 25 anos e 8 meses por roubo de R$ 100 milhões em eletrônicos; Francisco Teotônio Pasqualini, condenado a 52 anos e 8 meses pelo roubo de R$ 117,3 milhões em ouro no Aeroporto de Guarulhos.
Assim como Elinelson Alexandre Ferreira, condenado a 7 anos por tentar roubar R$ 90 milhões de bancos. Davi Marques dos Santos, condenado a 35 anos pelo roubo de R$ 11,8 milhões da Prosegur no Paraguai e R$ 15 milhões da Serv-San em Teresina (PI). Claudio Alves Cruz, sentenciado a 33 anos pelo roubo de R$ 4,2 milhões em joias da Caixa Econômica Federal.
Charles Feliciano Batista condenado a 18 anos e seis meses, também envolvido no roubo da Prosegur no Paraguai. Carlos William Marques de Jesus, condenado a 66 anos por roubar R$ 2 milhões do Banco do Brasil. Carlos Wellington Marques de Jesus, condenado a 97 e 9 meses, pelo roubo da Serv-San. Armon Afonso da Silva Vieira, condenado a 20 anos por roubar R$ 29 milhões de bancos e em joias. Aleixo Gomes de Jesus, condenado a 55 anos e 4 meses por roubo a R$ 2 milhões em eletrônicos.
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