Agronegócio impulsiona “boom” populacional, mas cidades históricas perdem espaço em MS

A divulgação do Censo Demográfico 2022 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta quinta-feira (28), mostrou o poder do agronegócio e como o avanço econômico está atrelado ao crescimento populacional de cidades de Mato Grosso do Sul. Em contrapartida, municípios centenárias e históricos, como Corumbá, perderam espaço.

Entre os 100 municípios mais ricos do agronegócio no País, 13 ficam em MS, de acordo com o Ministério da Agricultura. Todos eles tiveram crescimento populacional, com destaque para Chapadão do Sul, cidade que teve a maior taxa de crescimento bruto do Estado (61,98%), seguida por Costa Rica (43,31%) e São Gabriel do Oeste (33,41%), esta última também na lista do MAPA.

Entre as cidades mais ricas do agronegócio no Estado, com exceção de Aral Moreira (4,85%), Naviraí (8,69%) e Laguna Carapã (4,83%), o restante teve aumento de habitantes acima dos dois dígitos: Maracaju (19,82%), Ponta Porã (18,16%), Sidrolândia (11,88%), Dourados (24,49%), Rio Brilhante (22,63%), Caarapó (18,79%), Nova Alvorada do Sul (32,66%), Itaporã (12,69%).

A cidade com maior atividade econômica e com forte participação do setor de serviços, Campo Grande, naturalmente, lidera o crescimento populacional em termos absolutos, com 897.938 pessoas atualmente, frente às 786.797 em 2010, aumento de 14,13%. 

Na lista dos mais ricos do agronegócio, Dourados segue como maior município do interior, sendo que teve aumento de 19,67%, passando de 196.035 para 243.368 habitantes. 

Capital nacional da celulose, Três Lagoas superou Corumbá e agora é a terceira cidade mais populosa de MS, com 132.152 cidadãos. A Cidade Branca agora tem 96.268 pessoas, e teve a maior queda absoluta na quantidade de habitantes, pois perdeu 7.407 moradores desde 2010. 

O baixo desenvolvimento econômico do Sudoeste do Estado se reflete também na perda populacional de Porto Murtinho (-2.431) e Bela Vista (-1.579). Na região do Pantanal, assim como Corumbá, Miranda também perdeu moradores, 66 foram embora ou faleceram.

Ao analisar as maiores variações percentuais negativas, se verifica que Porto Murtinho (-15,81%), Pedro Gomes (-13,62%) e Jateí (-10,60%) foram os municípios que mais perderam população residente. 

As regiões do Pantanal, Sudoeste e Norte, são impactadas pela necessidade de preservação ambiental, o que limita a expansão de rodovias e ferrovias, além de sofrerem restrição ao turismo durante parte do ano, como na piracema, em que é proibida a pesca. Costa Rica, porém, conseguiu escapar desse cenário e conseguiu atrair novos moradores.

Onde estão as cidades mais ricas do agronegócio, as regiões do Bolsão, Leste, Grande Dourados, Sul Fronteira e Cone Sul predominam o aumento da população. Graças ao avanço da infraestrutura de rodovias para escoar a produção da agricultura, principalmente soja e milho, e necessidade de mão de obra.

A região de Campo Grande, no centro do Estado, onde convergem as principais estradas, também só houve crescimento populacional, por mais que tenha sido abaixo do esperado, já que a Capital sonhava em passar do 1 milhão de habitantes e não chegou a 900 mil.

De acordo com os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022, a população recenseada em Mato Grosso do Sul alcançou a marca de 2.756.700 habitantes na data de referência, dia 31 de julho de 2022. Em comparação com o Censo 2010, ocorreu um aumento de 307.676 pessoas, o que demonstra o crescimento de 12,6% da população sul-mato-grossense

Mato Grosso do Sul ocupa a 21ª posição entre as 27 unidades federativas do país em relação a quantidade de habitantes. São Paulo lidera com 44.420.459 pessoas. Por outro lado, Roraima é o estado menos populoso, com 636.303.

O superintendente do IBGE em Mato Grosso do Sul, Mario Alexandre de Pinna Frazeto, adianta o que ainda será divulgado do Censo 2022.

“Nas próximas etapas, divulgaremos outros dados que responderão a perguntas igualmente importantes, como: quem somos, como vivemos e entre outras. Conhecer quantos somos em cada estado e município, permite que as esferas executivas e legislativas, os profissionais e pesquisadores possam contar com um amplo conjunto de informações que ajudarão no planejamento e acompanhamento das políticas públicas”, explica o superintendente.

Confira a população do estado por município, segundo o Censo 2022, do IBGE:

Campo Grande 897.938

Dourados 243.368

Três Lagoas 132.152

Corumbá 96.268

Ponta Porã 92.017

Naviraí 50.457

Nova Andradina 48.563

Sidrolândia 47.118

Aquidauana 46.803

Maracaju 45.047

Paranaíba 40.957

Amambai 39.325

Rio Brilhante 37.601

Coxim 32.151

Chapadão do Sul 30.993

Caarapó 30.612

São Gabriel do Oeste 29.579

Ivinhema 27.821

Aparecida do Taboado 27.674

Costa Rica 26.037

Miranda 25.536

Itaporã 24.137

Anastácio 24.107

Jardim 23.981

Bonito 23.659

Ribas do Rio Pardo 23.150

Bataguassu 23.031

Nova Alvorada do Sul 21.822

Bela Vista 21.613

Ladário 21.522

Cassilândia 20.988

Fátima do Sul 20.609

Rio Verde de Mato Grosso 19.818

Itaquiraí 19.433

Mundo Novo 19.193

Terenos17.638

Água Clara 16.741

Sonora 14.516

Coronel Sapucaia 14.161

Iguatemi 13.796

Deodápolis 13.663

Camapuã 13.583

Nioaque 13.220

Paranhos 12.921

Porto Murtinho 12.859

Brasilândia 11.579

Eldorado 11.386

Dois Irmãos do Buriti 11.100

Sete Quedas 10.994

Tacuru 10.808

Aral Moreira 10.748

Angélica 10.729

Batayporã 10.712

Glória de Dourados 10.444

Guia Lopes da Laguna 9.939

Antônio João 9.303

Bodoquena 8.567

Inocência 8.404

Japorã 8.148

Selvíria 8.142

Bandeirantes 7.940

Anaurilândia 7.653

Jaraguari 7.139

Santa Rita do Pardo 7.027

Pedro Gomes 6.941

Laguna Carapã 6.799

Juti 6.729

Vicentina 6.336

Douradina 5.578

Paraíso das Águas 5.510

Rochedo 5.199

Caracol 5.036

Rio Negro 4.841

Corguinho 4.783

Novo Horizonte do Sul 4.721

Alcinópolis 4.537

Taquarussu 3.625

Jateí 3.586

Figueirão 3.539