Sábado, 23 de Novembro de 2024
22°C 37°C
Jardim, MS
Publicidade

Com população menor no Censo, Brasil está “mais rico” do que se imaginava

De acordo com estimativa de pesquisadora da FGV, PIB per capita ficou 5,8% maior do que o estimado depois que a pesquisa do IBGE contou quase 12 milhões de pessoas a menos no país que o esperado

14/07/2023 às 09h57
Por: Tribuna Popular Fonte: CNN
Compartilhe:
Marcelo Camargo/ Agência Brasil - Comércio em Manaus: envelhecimento rápido e pandemia podem explicar população menor
Marcelo Camargo/ Agência Brasil - Comércio em Manaus: envelhecimento rápido e pandemia podem explicar população menor

Uma das principais revelações dos dados prévios do Censo 2022 – feito com dois anos de atraso por conta da pandemia, e, depois, por falta de orçamento – foi o fato de que a população brasileira chegou ao ano passado consideravelmente menor do que o que era esperado.


Entre as mais imediatas das várias consequências em que isto implica, está o fato de que a população brasileira, na média, também está um pouco mais rica que o imaginado, já que todo o dinheiro disponível no país – medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) – precisa ser dividido por menos pessoas.


Em contas preliminares feitas pela economista Silvia Matos, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o PIB per capita do Brasil acabou o ano passado 5,8% maior, ou algo como R$ 2.600 a mais por ano para cada pessoa, do que o calculado antes do Censo.


Pela conta anterior, o PIB per capita brasileiro era de R$ 46.155. Com a notícia de que o Brasil, na verdade, tem menos pessoas, esse pedaço do PIB que cabe a cada uma subiu para R$ 48.829.


Divulgados no fim de junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os primeiros dados do Censo 2022 revelaram que a população do país, no ano passado, chegou a pouco mais de 203 milhões de pessoas. O número exato é 203.062.512.


São quase 12 milhões a menos que a última grande estimativa, feita pelo próprio IBGE há cinco anos, que era de 214,8 milhões.


O ritmo de crescimento populacional, portanto, também acabou recalculado, e caiu pela metade: com os novos números, descobriu-se que a taxa média de aumento da população brasileira, na última década, foi de 0,5% ao ano. Antes, seria na faixa de 1%.


“Sumiu um grupo da população, e não foi pouca gente, é uma diferença muito forte”, diz Silva, que é pesquisadora sênior da área de economia aplicada da FGV.


“Só que o bolo continua basicamente o mesmo, então estamos dividindo o bolo por menos pessoas; o PIB per capita é isso.”


Silvia ressalva que as contas do novo PIB per capita são, ainda, preliminares, dado que o IBGE divulgou, por ora, apenas os grandes números do Censo e, deve ainda detalhar e fazer ajustes na pesquisa.


“Mas as grandes tendências não vão mudar”, diz a economista.


Entre as possíveis explicações para o vão enorme no resultado populacional está um processo de envelhecimento mais rápido, além das perdas de vidas adicionadas pela pandemia.


As menores cidades do Brasil, pelo Censo 2022


Serra da Saudade (MG)


Cidade de Borá (SP)


Cidade de Anhanguera (GO)


Cidade de Araguainha (MT)


Cidade de Nova Castilho (SP)


Cidade de Cedro do Abaeté


Cidade de André da Rocha (RS)


Cidade de Oliveira de Fatima (TO)


Cidade de União da Serra (RS)


Cidade de São Sebastião do Rio Preto (MG)


O PIB per capita é uma conta que divide o PIB total do país, que foi de R$ 9,9 trilhões em 2022 no Brasil, pela população.


Não é uma indicação precisa da qualidade de vida ou da riqueza real das pessoas, já que não verifica o grau de distribuição, mas dá uma indicação do nível de renda média do país.


É essa métrica, por exemplo, que permite comparar o nível de uma economia com as outras e verificar se aquele é um país de renda alta, média ou baixa.


A grande diferença entre o dado populacional anterior e o do Censo se dá pelo fato de que as estimativas periódicas feitas pelo IBGE, como a anterior, são apenas projeções, feitas por meio de amostragens e estatísticas.


O Censo, por sua vez, é a grande contagem, completa e oficial, feita de toda a população. Como é um processo caro e trabalhoso, é feito apenas uma vez a cada década.


Mas é por isso que ele é uma pesquisa essencial e a base para todas as grandes políticas públicas e até para a metodologia dos grandes números da economia, como a taxa de desemprego e o próprio PIB.


Todas esses, inclusive, são dados que podem acabar revisados, em alguma medida, por conta da surpresa populacional que a edição de 2022 do Censo trouxe. “Até o passado é incerto”, diz Silvia.


A pesquisadora da FGV e outros especialistas alertam, porém, que uma população menor e crescendo menos não é exatamente uma boa notícia, já que significa, também, menor potencial de crescimento.


“Menos crescimento da população reduz a disponibilidade de mão de obra, e crescer fica mais difícil”, diz a economista da FGV.


“Países jovens crescem mais rápido, porque têm oferta de trabalho abundante. O que o Censo indica é que a nossa transição demográfica, para uma população mais velha, foi mais acelerada do que o imaginado. O problema é que somos ainda um país de renda média baixa. Ficamos velhos antes de ficarmos ricos. O desafio, agora, será ainda mais severo.”


* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Jardim, MS
24°
Tempo nublado

Mín. 22° Máx. 37°

24° Sensação
1.48km/h Vento
70% Umidade
80% (0.28mm) Chance de chuva
05h53 Nascer do sol
07h08 Pôr do sol
Dom 36° 23°
Seg 39° 23°
Ter 39° 24°
Qua 39° 25°
Qui 40° 25°
Atualizado às 03h05
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,80 +0,02%
Euro
R$ 6,04 +0,05%
Peso Argentino
R$ 0,01 -0,40%
Bitcoin
R$ 606,016,92 -0,47%
Ibovespa
129,125,51 pts 1.74%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade