Com 3 condenações, que já somam 23 anos e 2 meses de prisão, Jamil Name Filho, de 46 anos, acaba de se sentar no banco do réus. Embora já tenha sido sentenciado por extorsão armada, formar organização criminosa e porte ilegal de armas, esta é a primeira vez que “Jamilzinho” vai a júri popular.
Nesta manhã, ele começa a ser julgado sob a acusação de mandar matar o ex-policial militar Paulo Roberto Teixeira Xavier, 52, mas por erro dos pistoleiros contratados, executar o estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, aos 19 anos.
Plateia fez fila para entrar no plenário e todas as pessoas que foram ao local para assistir ao julgamento passaram por revista. Policiais do Batalhão de Choque e agentes do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) portam armas cano longo até dentro do plenário.
Às 8h14, o juiz Aluízio Pereira dos Santos, que presidirá o júri, avisou que daria 10 minutos para as defesas conversarem com os réus e então começaria oficialmente os trabalhos. Enquanto isso, promotores permaneceram no plenário. Conversando e organizando o farto material sobre a mesa.
Para “quebrar o gelo”, o magistrado chegou a pedir um “bom dia” para a plateia. “Ninguém vai responder, é a tensão”, comentou no microfone.
Às 8h30, vídeo institucional foi passado para os jurados e plateia. Às 9h, começou o sorteio dos jurado se dez minutos depois, o juiz começou a fazer a leitura da sentença de pronúncia, que enviou Name Filho, Marcelo Rios e Vladenilson Daniel Olmedo a júri popular.
Situação processual - Jamil Name ainda pode recorrer das condenações, dadas fora do Tribunal do Júri, com penas fixadas em 12 anos por extorsão, 6 anos por organização criminosa, e 4 anos e 6 meses pela acusação de porte ilegal de armas.
Name Filho responde a outras duas ações acusado de ser mandante de assassinato de desafetos da família. Em uma terceira, juiz não aceitou a denúncia e o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) está recorrendo. Ele também já foi absolvido, pela acusação de obstrução de Justiça.
Chegada ao Fórum – Jamilzinho e o ex-guarda municipal Marcelo Rios, chegaram na madrugada de sábado (15) a Campo Grande, quatro anos depois de deixarem à Capital para ocuparem cela da Penitenciária Federal de Mossoró (RN).
Name e Rios chegaram por volta da 0h30 no Aeroporto Internacional de Campo Grande, sob forte esquema de segurança e foram levados para o Presídio Federal de Campo Grande. A antecedência é recorrente no sistema penal federal, para evitar qualquer imprevisto que pudesse comprometer a presença dos réus em audiências ou sessões de julgamento.
Forte esquema de segurança movimentou o Fórum de Campo Grande por volta das 6h30 desta segunda-feira (17), o que indicou a chegada dos réus. Van da Polícia Penal Federal surgiu em alta velocidade, escoltada por viaturas e batedores da corporação, além dos reforços da Guarda Civil Metropolitana e do Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar). As equipes fecharam ruas das proximidades do acesso do Tribunal do Júri, pela Rua da Paz, e a van entrou por garagem do Fórum na Rua 25 de dezembro, a poucos metros, menos de uma quadra, da casa onde a família Name viveu por muito tempo, na região central da cidade.
Logo depois, camburão da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul chegou entrou pelo mesmo acesso, provavelmente para levar Vladenilson Daniel Olmedo, o terceiro réu no caso, que está preso na Penitenciária Estadual da Gameleira 2, a “Federalzinha”, em Campo Grande.
Os camburões só tiveram as portas abertas depois do fechamento do portão. Por isso, não foi possível ver quem descia.
A previsão é que o julgamento dure 4 dias, de hoje até quinta-feira, dia 20. Serão ouvidas 13 testemunhas, além dos acusados.
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Morto por engano – O estudante de Direito, Matheus Coutinho Xavier foi assassinado no dia 9 de abril de 2019. O ataque aconteceu por volta das 18h, quando ele saía da casa onde vivia com o pai, no Jardim Bela Vista, bairro nobre de Campo Grande.
A investigação apurou que o universitário foi morto por engano, pois estava manobrando o carro do pai. O policial militar reformado, Paulo Roberto Teixeira Xavier, era considerado traidor pela família Name, por isso, seria o alvo.
O rapaz foi atingido com sete tiros de fuzil AK-47 e o disparo fatal foi na base do crânio.
Jamil Name teve o nome excluído do processo depois de sua morte, em maio de 2020, vítima de covid-19. O processo foi desmembrado para outros dois réus, por estarem foragidos: José Moreira Freire, o “Zezinho”, e Juanil Miranda Lima.
Os dois, segundo a acusação, seriam os pistoleiros, responsáveis pela execução. “Zezinho”, que foi morto em troca de tiros com a Polícia Militar em Mossoró (RN), em dezembro de 2020, também teve nome excluído.
Juanil Miranda está desaparecido e é considerado foragido. Neste caso, a Justiça determinou a suspensão dos trâmites até que ele seja recapturado.
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