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"Não seria racional manter armamento manchado de sangue", diz delegado

Delegado explica motivo da arma usada para matar Matheus Coutinho não ter sido encontrada com arsenal

18/07/2023 às 11h15
Por: Tribuna Popular Fonte: Campo Grande News
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 - Delegado José Paulo Sartori presta depoimento no julgamento (Foto: Henrique Kawaminami)
- Delegado José Paulo Sartori presta depoimento no julgamento (Foto: Henrique Kawaminami)

No interrogatório do delegado João Paulo Sartori, a promotoria fez questionamentos para estabelecer conexão entre os pistoleiros que executaram Matheus Coutinho Xavier os três réus julgados hoje, pelo crime. A descoberta do arsenal, no Bairro Monte Líbano, foi crucial para essa ligação.


A fase de questionamentos dos integrantes do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) demorou cerca de uma hora.


No início do depoimento, Sartori discorreu sobre a execução de Matheus Coutinho. Na plateia, o pai do estudante, Paulo Roberto Xavier se emocionou.


O delegado passou a falar sobre a prisão de Marcelo Rios no dia 19 de maio de 2019, um mês depois da morte de Matheus. “Essa diligência foi muito importante porque trouxe executores, intermediários e mandantes do crime”. Rios foi preso na casa onde estava sendo guardado arsenal dentro de baú.


Sartori explicou que a perícia indicou que nenhuma das armas encontradas no arsenal foi usada para matar o estudante, mas há outros elementos que foram indícios importantes para a polícia.


O delegado disse que não foi criada expectativa de que a arma usada para matar o estudante fosse encontrada nesse arsenal. “Não seria racional manter armamento manchado de sangue”, avaliou, explicando que a organização se desfazia das armas.


No baú, foram encontrados dois fuzis AK 47, mesmo calibre da execução e um equipamento conhecido como “capetinha”, que tem capacidade de inibir sinais eletromagnéticos. José Moreira Freixe, o “Zezinho”, um dos pistoleiros, usava monitoramento eletrônico e também tinha “capetinha”, que interferia no sinal.


Sobre Juanil Miranda Lima, o delegado citou o depoimento de amante de Marcelo Rios, que contou que os dois trabalharam juntos em um estacionamento. Sartori lembrou que, no flagrante do arsenal, Rios alertou a polícia para a possível presença de Lima no local e que “ele era sujeito perigoso”.


Também citou o depoimento da filha de Juanil Miranda. A jovem contou à polícia uma conversa com o pai. “Fala que Juanil estava matando pessoas ruins, que não prestavam, que estava trabalhando para organização criminosa”.


Segundo o delegado, no começo de abril de 2019, a jovem levou celular para conserto no centro da cidade e, na volta, o pai fez caminho pela Avenida Eduardo Elias Zahran. Ele teria pedido para ligar a câmera e colocar no painel do veículo, filmando rua no bairro. “Quando viu pela imprensa a morte do Matheus, ela reconheceu olocal e ligou os pontos, que o pai estava envolvido na execução”. Depois, ainda com base no depoimento dela, Juanil Miranda teria ficado ressentido por ter errado alvo.


Sartori explicou, em depoimento, que a organização criminosa teria usado os serviços dos mesmos pistoleiros para matar outro desafeto dos Name: Marcel Costa Hernandez Colombo, o "Playboy da Mansão", assassinado em Campo Grande em outubro de 2018.


Confira a galeria de imagens:


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